Topo

Estado de SP tem 121 mil casos e 62 mortes por dengue em 17 cidades

A primeira tenda para atendimento de pacientes com dengue é inaugurada na UBS Jardim Vista Alegre, na Brasilândia, na zona norte de São Paulo, nesta segunda-feira (6) - Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo
A primeira tenda para atendimento de pacientes com dengue é inaugurada na UBS Jardim Vista Alegre, na Brasilândia, na zona norte de São Paulo, nesta segunda-feira (6) Imagem: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo

José Maria Tomazela

09/04/2015 18h46

Os 17 municípios do interior do Estado de São Paulo com maior incidência de dengue já somam 121,6 mil casos confirmados, segundo dados das prefeituras. O número, que não leva em conta os casos suspeitos, indica que o total de pessoas infectadas no Estado pode passar de 200 mil. Apenas nesses municípios, já são 62 mortes confirmadas por exames. Houve ainda 69 mortes com diagnóstico da doença e que estão sendo investigadas.

Em primeiro lugar, em número absoluto de casos, está Sorocaba, com 37.914 confirmados, segundo o último boletim do município. Limeira, na região de Campinas, vem em segundo com 20.379 notificações. Campinas, que entrou em epidemia há menos tempo, aparece em terceiro com 14.091 confirmações, além de 5.122 casos suspeitos. Vêm a seguir Marília (12.771), Catanduva (10.963), Rio Claro (8.020) e Itapira (4.172).

Completam o ranking das dez primeiras Mogi-Guaçu (3.728, além de 2.960 suspeitos), Sumaré (3.478) e Caraguatatuba ( 2.771). Outras cidades têm mais de 2.000 casos confirmados de dengue, como Paraguaçu Paulista (2.501), Guararapes (2.392) e Americana (2.002). Com mais de mil, estão Araras (1.666), Bauru (1.545), Votorantim (1.157) e Assis (1.050).

Catanduva registrou até agora o maior número de mortes, com 18 confirmadas e 20 sob investigação. Sorocaba tem 11 confirmadas e 15 suspeitas; Limeira soma 10 confirmações e cinco suspeitas. Itapira registrou nove mortes, todas confirmadas. Em Marília, houve oito óbitos confirmados e dez suspeitos; Guararapes, quatro mortes confirmadas e três suspeitas, e Campinas, três mortes suspeitas e seis sob investigação.

Pelo menos 92 cidades do interior de São Paulo já decretaram situação de emergência por causa da epidemia da dengue. Três - Catanduva, Ubirajara e Caraguatatuba - estão em estado de calamidade pública. A doença atingiu índice de epidemia, com 300 pessoas infectadas a cada grupo de 100 mil habitantes, em cerca de 180 cidades paulistas, conforme dados levantados nas prefeituras e no Ministério da Saúde.

Até 7 de março, o Estado de São Paulo tinha 123,7 mil casos notificados, segundo o último boletim epidemiológico do ministério. As notificações incluem os casos com sintomas da doença. Passados mais de um mês, os novos números ainda não saíram, mas a doença se espalhou e já atinge 95% dos 645 municípios do Estado. O ministério informou que os novos estão sendo tabulados e podem ser divulgados a qualquer momento.

Guerra

Barracas de campanha e hospitais improvisados em escolas e igrejas são usados para atender imensas filas de pessoas doentes. Com liminares da Justiça, agentes dos municípios são autorizados a arrombar casas para combater o mosquito, em ações com ajuda da Polícia Militar e do Exército. Em Marília, a prefeitura obteve autorização para demolir, nesta quinta-feira (9), uma casa particular abandonada havia mais de cinco anos, e que estava servindo como criadouro do mosquito transmissor.

Pequenas cidades do interior de São Paulo que até o início do ano não tinham registrado casos da doença estão, agora, convivendo com epidemia de dengue. A Prefeitura de Tarabai, de 6.600 habitantes, no Pontal do Paranapanema, decretou estado de emergência na terça-feira, após registrar 64 casos da doença. Em Igaratá, com 8.800 moradores, no Vale do Paraíba, o serviço municipal de saúde reconheceu situação de epidemia, após registrar 60 casos da doença.