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Um em cada dez adultos possui algum tipo de doença renal

Do UOL

Em São Paulo

08/03/2012 07h00

A doença renal crônica (DRC) é uma das enfermidades que mais causa mortes no Brasil, ao lado do AVC (acidente vascular cerebral) e do infarto do miocárdio. Como forma de alerta, especialistas e a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) comemoram o Dia Mundial do Rim nesta quinta-feira (8). Diversos pontos turísticos de várias capitais brasileiras foram iluminados com as cores azul, vermelha e amarela, em alusão à data.

Segundo a SBN, um em cada dez adultos brasileiros possui algum tipo de doença renal, sendo que 60% desconhecem essa situação. "Por se tratar de uma doença silenciosa, muitos indivíduos só procuram ajuda quando a doença já está num estágio mais avançado", explica a nefrologista do HCor, Leda Daud Lotaif.

Fatores de risco para doença renal crônica

Diabetes
Hipertensão arterial
Obesidade
Estresse
Hábitos alimentares não-saudáveis
Histórico familiar de doença renal
Doenças urológicas
Infecções urinárias constantes

A incidência de problemas renais tem aumentado devido ao envelhecimento da população, obesidade, diabetes, estresse, hábitos alimentares e descuido ao tratamento de hipertensão arterial, sendo este último a causa mais frequente do surgimento de doença renal crônica.

Portanto é necessário ficar atento aos sintomas da doença que consistem em pressão alta, sangue na urina, inchaço nas pernas e no rosto, náuseas, vômito, palidez e infecções urinárias recorrentes.

Quanto mais rápido a detecção da doença for feita, menores as chances de falência renal, estado em que o rim para de funcionar e é necessário sessões de diálise diariamente ou transplante de rim. No Brasil, em 2011, foram realizados 4.957 transplantes, o que equivale a 38% de pacientes  com indicação para o procedimento.

A SBN recomenda a inclusão do teste de creatinina – exame de sangue simples e de baixo custo – como parte de exames de rotinas para que a doença possa ser tratada em seu estágio inicial. “Medir os índices de creatinina no sangue é uma maneira simples e eficaz de saber se os rins estão funcionando normalmente”, aponta Daniel Rinaldi, presidente da SBN.

A creatinina é um metabólito que serve como um marcador do funcionamento dos rins. A concentração da creatinina no sangue é maior nos homens e nos atletas Seus valores aumentam à medida que ocorre a diminuição da função dos rins; por isso, são utilizados como marcadores da função renal. Os aumentos se tornam significativos quando existe uma perda de mais de 50% da função dos rins.

Entenda qual a função dos rins e os sintomas que merecem alerta

Prevenção

Um das medidas para prevenir o aparecimento de doenças renais é seguir uma dieta evitando o excesso de sal, proteína de origem animal e gorduras. O combate à obesidade, bem como a prática regular de exercícios, também são ações listadas pelos especialistas.

A pressão arterial e o diabetes precisam estar controlados e deve-se evitar também medicamentos que agridam os rins. 

“Todas essas medidas contribuem para diminuir a incidência das DCR e manter a sobrevida adequada, não só dos rins, mas do coração e dos órgãos de uma maneira geral”, orienta Marcello Franco, médico nefropatologista da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).

Já os idosos, portadores de doença cardiovascular e pacientes com história de doença renal em familiares têm grande potencial para desenvolver lesão renal e devem ser examinados com triagem de exames de urina e dosagem de creatinina no sangue.