Gordura não faz mal, se vier dos alimentos certos
Seja qual for seu objetivo, cuidar da saúde ou emagrecer, vale a pena aprender mais sobre as gorduras na alimentação. Afinal, trata-se de um grupo de nutrientes presente em vários alimentos, da batatinha frita ao amendoim. São três tipos: insaturadas, saturadas e trans.
As primeiras, insaturadas, são as chamadas gorduras do bem, e se subdividem em duas: monoinsaturadas, encontradas em itens como azeite de oliva, óleos de canola e de soja, abacate e amendoim; e as poliinsaturadas, representadas por óleos vegetais (girassol, milho, soja), sementes oleaginosas (nozes, castanhas) e peixes de água fria (sardinha, salmão, atum). Elas têm um efeito positivo para a saúde, ajudando a diminuir o nível de colesterol ruim (LDL) e elevando o colesterol bom (HDL) na corrente sanguínea.
Já as saturadas, que estão em maior quantidade nos alimentos de origem animal – carnes, leite e derivados como manteiga –, colaboram para o aumento dos lipídios nocivos. Por fim, a trans, responsável pela forma, textura e sabor dos industrializados, também é capaz de aumentar o mau colesterol e diminuir as taxas do bom – sendo, portanto, prejudicial ao organismo. Elas estão na margarina, nos sorvetes cremosos, nas frituras, nos salgadinhos e nos biscoitos recheados.
Como você vê, muitos alimentos trazem gordura em sua composição e, por isso, é preciso atenção para restringir o consumo da que é nociva à saúde. “Ela é mais palatável que outros nutrientes, o que levou à sua adição em inúmeras receitas”, salienta Wilmar Accursio, endocrinologista e nutrólogo, presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do Envelhecimento, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e do Centro Integrado de Prevenção do Envelhecimento (CIPE).
Ele recomenda cautela no emprego das gorduras saturadas e trans, porque facilitam o ganho de peso, aumentam o risco de doenças cardiovasculares e contribuem para a chegada precoce das rugas. “O indivíduo fica mais propenso à obesidade e todos os problemas relacionados, como hipertensão, diabetes e distúrbios ortopédicos, respiratórios, circulatórios e cardíacos”, completa Valcinir Bedin, tricologista e nutrólogo, mestre e doutor em medicina pela Universidade de Campinas (Unicamp), também diretor do CIPE.
Segredo: moderação
É importante deixar claro que a gordura não é um nutriente ruim se consumido sem exagero, e vinda dos alimentos certos. “Uma dieta sem este componente pode levar a problemas como hipoglicemia, já que nem todo o açúcar que a pessoa ingere eventualmente é suficiente para manter o nível de glicose no sangue. A gordura acumula várias funções”, destaca Bedin.
E tem mais, ela é a principal fonte de ácidos graxos – ômega 3 e 6, por exemplo –, presentes em peixes como o salmão. “A ingestão de ômega 3 auxilia na diminuição de triglicerídeos e LDL no organismo, enquanto favorece o HDL. Além disso, atua contra alergias e processos inflamatórios. O nutriente está nos peixes, nas nozes, nas castanhas e nos óleos vegetais”, informa Fábio Bicalho, nutricionista clínico e funcional, membro do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional e supervisor em segurança de alimentos pelo Instituto de Hospitalidade, no Rio de Janeiro.
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