Se você tem retenção de líquidos, veja o que fazer para aliviar este transtorno
Quem sofre com o problema, sabe como incomoda – afinal, um dos principais sintomas é o inchaço. Estamos falando da retenção hídrica, que acontece quando o organismo deixa de eliminar os líquidos ingeridos e passa a acumulá-los entre as células.
"O corpo apresenta mecanismos sofisticados e complexos para manter o equilíbrio de líquidos – até porque mais de 2/3 dele é composto de água. Ocorre que, por diversos fatores, este sistema deixa de funcionar adequadamente e a água sai dos vasos sanguíneos e vai para o tecido subcutâneo, provocando o edema”, explica Carolina Mantelli Borges, endocrinologista da Clínica de Especialidades Integrada, pós-graduada em metabologia, medicina legal e perícias médicas pela Universidade de São Paulo (USP).
Os locais mais suscetíveis ao edema são pernas, tornozelos, pés, mãos, barriga e costas – nas pessoas que ficam deitadas muito tempo. “Quando permanecemos horas seguidas em pé ou sentados, os membros inferiores sofrem, especialmente no fim do dia”, diz a nutricionista. Importante: é possível adquirir, por este acúmulo de líquido, até 2 kg no período de 24 horas.
Está na dúvida se sofre ou não com a disfunção? Faça o teste: pressione, com os dedos, algumas áreas como pernas e pés, e observe se forma um sulco ou depressão. Perceba, ainda, se seus pés incham muito a ponto de sapatos e meias ficarem apertados ao longo ou no final do dia, ou se amanhece com pálpebras ou rosto inchado.
Causas
A lista de causas é extensa. O problema pode aparecer por variações de pressão sanguínea, quantidade de proteínas no sangue, ação da força da gravidade, reação às altas temperaturas, problemas vasculares e circulatórios, doenças na tireoide, reações inflamatórias, ingestão de remédios como anti-hipertensivos, alterações renais, cardíacas ou hepáticas e ingestão excessiva de sal.
Thabata Martins, nutricionista do Zahra Spa & Estética, em São Paulo, com curso de massoterapeuta pelo Senac, salienta que, além da alimentação inadequada – com embutidos, conservas, salgadinhos e azeitona, por exemplo –, o excesso de peso contribui para piorar o quadro porque dificulta a circulação do sangue.
"O ideal é priorizar um menu equilibrado com frutas, verduras e legumes, sem exagero de sal e açúcar. E, claro, fazer exercícios regulares, pois o sedentarismo é outro fator agravante.”
Atenção: é imprescindível consultar um médico para identificar a causa. “As razões mais frequentes são as hormonais – em decorrência dos hormônios femininos e da tireoide. Porém, outros distúrbios podem estar por trás, como os cardíacos: a falência do coração faz com que o mesmo não tenha força para ajudar no retorno dos líquidos da periferia – mãos e pernas –, ocasionando o edema nos mesmos”, ressalta o angiologista Ary Elwing, especialista em cirurgia vascular periférica e tratamento de laser. O mau funcionamento dos rins é outro fator de risco, assim como desordens linfáticas e venosas.
Problema de mulher?
Em relação à tendência, Carolina Borges diz que mulheres têm mais propensão por causa das questões hormonais: na fase pré-menstrual, é comum o problema aparecer pelas oscilações nos níveis de estrógeno e progesterona.
O diagnóstico se baseia na avaliação do quadro clínico e não raro incluirá o pedido de exames de sangue que dosam a quantidade de sais e proteínas. Estudos cardíaco, hepático, renal, imunológico e tireoidiano igualmente podem ser necessários, assim como a análise das veias e artérias próximas ao local mais afetado.
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