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Prática que mistura ioga e acrobacia promete aliviar tensões musculares e superar medos

As pessoas encontram alívio através dessa prática por causa do trabalho terapêutico que se faz no ar - Maria Elisa Franco/UOL
As pessoas encontram alívio através dessa prática por causa do trabalho terapêutico que se faz no ar Imagem: Maria Elisa Franco/UOL

Fabíola Ortiz

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/11/2012 07h00

A mais nova prática que mescla posturas de ioga (ásanas), elementos da acrobacia e técnicas de massagem tailandesa desembarca no Brasil e pode servir de alívio para tensões musculares e dores na coluna. Chamada de "acroyoga", a metodologia foi criada na década de 1980 e trabalha não apenas o corpo, mas também o equilíbrio da mente e a superação de limites e medos.

Precursor da prática no Brasil, Louis Gabriel Watel explica quais são os benefícios e indicações para se realizar a ioga acrobática. “A acroyoga tem uma abordagem de cura. Ela trabalha a linha terapêutica, com massagens no ar, e a acrobática de performance, com sequências em que a pessoa vai se equilibrando no ar”, disse ele.

A massagem tailandesa trabalha tensões, bloqueios e dores musculares por meio de movimentos de extensões e torções na coluna. “As pessoas encontram alívio através dessa prática por causa do trabalho terapêutico que faz no ar”, comenta Watel, que há quatro anos viaja o mundo para aprender mais sobre o assunto e ministrar workshops.


Somente com instrutores

Segundo Watel, não há restrição para praticar acroyoga. Contudo, é necessário realizá-la sob orientação de instrutores. “Uma regra que temos na é que as pessoas trabalhem até onde se sintam confortáveis. Como há o aspecto de vencer os medos, não adianta forçar, cada um tem o seu momento."

Para o instrutor, que já viajou por países como Holanda, França, Espanha, Grécia, Estados Unidos e Alemanha para divulgar a acroyoga, a prática é uma “questão de respeito individual, mas sem ficar preso na zona de conforto e saber dar o passo além”.

Para o experiente instrutor, em pouco tempo grande parte dos alunos saem da zona de medo e se sentem capazes de realizar muitas posições, admite. “Mesmo pessoas com sobrepeso conseguem fazer algo que visualmente parece muito desafiador”, disse.

Entendendo a prática

Quem pode praticar? Não há nenhum pré-requisito, mas pessoas que já têm uma consciência corporal desenvolvida por meio de dança, musculação, alongamento e ioga podem ter mais facilidade. Mas isso não é primordial, garante Watel, pois as aulas são estruturadas de forma a garantir a evolução de acordo com os limites de cada um.

“Já tive pais que trouxeram seus filhos de quatro e cinco anos para brincar e até alunos de 70 anos que nunca tinham feito uma aula de ioga nem de acrobacia. Uma vovó que foi com a neta, adorou. É uma pratica aberta para qualquer pessoa”, garante.

É este o espírito que envolve a acroyoga, garante Watel: parceria, confiança e troca. “Eu costumo dizer que os aspectos físicos da prática, como a força e a flexibilidade, são os menos importantes. O que a prática trabalha muito são os aspectos mentais como concentração, foco, inteligência emocional e habilidades sociais para interagir com as pessoas num trabalho em equipe. A sintonia fina que o praticante desenvolve com as pessoas é a grande pérola da prática”, enfatiza.

Superando o medo

Watel relata que muitos dos que resolvem conhecer a acroyoga entram num processo de superação de medo. “Estamos acostumados a ficar no chão, plugados no elemento terra e, de repente, somos elevados para o ar em cima de outra pessoa saindo da zona de conforto e de segurança. Isso pode ser assustador, mas acaba abrindo espaço para o crescimento interno em muitos níveis”, salientou.

Ainda nova no Brasil, a prática a acroyoga já tem conquistado adeptos. Watel criou recentemente uma comunidade de entusiastas e de alunos espalhados pelo país, a Acrobrasil.

Watel garante que a aceitação tem sido grande no Brasil e que a prática já começa a ser mais divulgada. Ele ministra cursos em diversas cidades como no Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis e Brasília. “É uma grande brincadeira, o brasileiro tem o lado descontraído de brincar e se identifica bastante com a prática”, finaliza.