Absorvente íntimo que pode ser usado em relações sexuais chega ao Brasil
Chega ao mercado brasileiro no próximo mês um absorvente íntimo que, segundo o fabricante, pode ser usado durante as relações sexuais. Sem cordão e com um material maleável (uma esponja com tratamento especial), o produto faz com que o parceiro nem perceba que a usuária está menstruada.
Segundo Alessandra Seitz, diretora da Intt Cosméticos, empresa que comercializa o Soft Tampom, o produto permite que a mulher não interrompa suas atividades, nem deixe de fazer sexo, durante o sangramento. "Todo mundo sempre sonhou com isso", diz a diretora, que está confiante no sucesso do absorvente entre as brasileiras.
Estudos mostram que, da puberdade até a menopausa, cada mulher fica menstruada em média 400 vezes, somando 2.400 dias, o que representa seis anos e meio da vida. "Pensando por esse lado, muitas oportunidades são perdidas nesses dias de menstruação", ressalta.
A auxiliar administrativa Aline (que pediu para não ter sua identidade revelada), de 33 anos, ganhou o produto para experimentar e aprovou: “Ele tem uma abertura, em forma de coração, onde você coloca seu dedo para introduzi-lo. Deve-se colocá-lo o mais fundo que conseguir. Não senti desconforto e não me incomodou”, conta. Ela acrescenta que não houve vazamento e que, na hora de tirar o absorvente, foi só usar a cavidade para puxá-lo.
O absorvente não possui aplicador, nem cordão: é tirado com o dedo
Aline diz que o produto mantém o mesmo volume (5 cm de altura por 4,5 cm de largura) depois de usado, e garante que não há risco de o absorvente se perder lá dentro. “O ideal é usar lubrificante antes de colocá-lo. Eu usei com meu marido e só contei depois de termos feito sexo. Ele não notou nenhuma diferença”, conta.
Opinião médica
O ginecologista Augusto Bussab, da clínica que leva seu nome, diz desconhecer o produto. Mas ele comenta que, dependendo de suas dimensões, é possível que incomode o casal. “Acredito que se for colocado antes de se iniciar a relação sexual não há problemas. O importante é saber a opinião de quem usou."
Mas ele aponta um detalhe importante: “A brasileira não tem o hábito de se tocar e acredito que este será o primeiro inconveniente do produto". Para o médico, só as usuárias poderão dar o veredito final sobre o novo absorvente.
Coletor menstrual, uma opção ecológica
Outro substituto do absorvente comum e é muito popular na Europa e Estados Unidos é o coletor, ou copo, menstrual. Lançado no Brasil em 2012, o produto, chamado de MissCup, mudou de nome e agora se chama InCiclo.
De fácil uso, o copinho em silicone flexível e em formato de cone é inserido na vagina e coleta o fluxo. Produzido 100% em silicone medicinal adapta-se perfeitamente ao corpo da mulher e é indicado à prática de todas as atividades esportivas, inclusive ioga, ciclismo, acrobacia, natação, ginástica, corrida e mergulho. Também é possível dormir com o coletor, pois ele pode ser usado por até 12 horas. Depois disso, é só retirar, lavar e usar novamente.
A empresa que o comercializa diz que pesquisas de satisfação realizadas mostraram que quase 90% das usuárias se dizem “muito satisfeitas” e “satisfeitas” com o produto e o adquiriram pelo "apelo ecológico”. Ao contrário dos absorventes, o InCiclo é reutilizável e não produz qualquer tipo de lixo. “Uma mulher tem em média 520 ciclos menstruais durante sua vida o que representa um descarte de 10 mil absorventes tradicionais”, diz o fabricante. O coletor custa R$ 75,00 e pode ser adquirido por meio da loja virtual ou em 50 pontos de vendas informados no site da marca.
Já a ginecologista e obstetra Carolina Mocarzel, do Hospital Federal Servidor do Estado do Rio, ressalva que algumas mulheres podem confundir as funções do produto: “Ele não tem efeito contraceptivo. É preciso continuar a usar anticoncepcional ou camisinha. Tenho receio que as pessoas o confundam com um diafragma”.
A ginecologista também faz questão de frisar que o absorvente também não protege contra DSTs (doenças sexualmente transmissíveis).
Ela lembra que as mulheres têm fluxos menstruais diferentes e, nos casos mais intensos, o Soft Tampom pode não ser eficiente. “Já para algumas, pode ser mais interessante que o absorvente interno comum, mas não é toda mulher que vai achar confortável", opina.
Oito horas?
De acordo com o fabricante, o absorvente pode ser usado por até oito horas. "Há pessoas predispostas a desenvolverem infecções vaginais. Acho oito horas um período longo demais”, alerta Mocarzel.
A médica ainda cita outro possível "efeito colateral": o produto pode absorver a secreção natural da região. "Pessoas que têm infecção vaginal recorrente como candidíase não devem usá-lo. Outros riscos são causar irritabilidade no local e incomodar durante a relação sexual."
O produto será comercializado em embalagens com dez unidades ao custo de R$ 38,00 e pode ser encontrado na Loja Intt, de produtos eróticos.
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