Lipoaspiração e lipoescultura afinam o contorno corporal, mas não emagrecem
Com a exposição da silhueta em alta no verão, muita gente procura consultórios de cirurgiões plásticos no início do ano para se informar e agendar procedimentos que afinam o corpo, como a lipoaspiração e a lipoescultura. Ambas são cirurgias indicadas para quem deseja ajustar o contorno corporal, retirando o excesso de gordura de determinadas áreas.
Segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, com participação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a lipoaspiração voltou a ser a cirurgia plástica mais realizada no Brasil – em 2007, foi ultrapassada pelo aumento de mama, mas já voltou à liderança.
“São muitas as técnicas disponíveis, como lipoescultura, hidrolipo, vibrolipoaspiração, lipo a laser e minilipo. Para saber qual é a mais indicada para cada caso, é necessário contar com o diagnóstico de um médico qualificado e competente”, salienta Alexandre Barbosa, formado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, especialista pela SBCP (Sociedades Brasileira de Cirurgia Plástica) e sócio da Clínica de Cirurgia Plástica de São Paulo.
Aspiração e reinjeção
“Os dois procedimentos são semelhantes e muitas vezes complementares. Mas, embora toda lipoescultura envolva uma lipoaspiração, o contrário não é verdade”, explica Suzy Vieira, com mestrado em Cirurgia Plástica pela Universidade de São Paulo (USP), membro das Sociedades Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e Brasileira de Laser (SBL).
A lipoaspiração é uma cirurgia que, por meio de cânulas metálicas conectadas a um aparelho de sucção, aspira a gordura resistente de determinadas áreas. Já a lipoescultura é um procedimento no qual se aspira a gordura que, depois, é reinjetada em outros locais, esculpindo a silhueta.
“A lipoescultura é indicada para quem deseja eliminar áreas de gordura localizada e promover o aumento de outras – como, por exemplo, dos glúteos –, permitindo uma harmonia maior no contorno corporal”, explica Suzy Vieira, membro da SBCP e da Sociedade Brasileira de Laser (SBL). “Com a lipoescultura, é possível equilibrar o corpo do paciente e torná-lo mais harmônico”, complementa Wagner Montenegro, médico especialista em Cirurgia Plástica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e membro da SBCP.
“Em uma mesma intervenção, dá para corrigir os culotes e proporcionar glúteos maiores à paciente”, diz Wagner Montenegro, médico especialista em Cirurgia Plástica pelo Conselho Federal de Medicina. “Como a gordura aplicada é do próprio indivíduo, não há risco de rejeição”, afirma Barbosa, acrescentando que, durante o pós-operatório, é comum aparecerem inchaço e manchas roxas que somem em 21 dias, na maioria dos casos.
“A paciente deve usar cinta elástica e fazer drenagem linfática e ultrassom a partir de sete dias depois da operação, com o objetivo de acelerar a recuperação e diminuir o edema. O resultado aparece após seis meses, mas, no quarto mês, 80% dos objetivos já foram atingidos”, diz Barbosa.
Só com cirurgiões
Embora a legislação brasileira permita que qualquer médico possa realizar tais procedimentos cirúrgicos, independentemente de sua especialidade, o cirurgião plástico é o único especialista que tem uma formação direcionada para este tipo de operação.
“Nossa formação é de no mínimo 11 anos e envolve graduação, formação em cirurgia geral e posteriormente em cirurgia plástica”, destaca Suzy Vieira. A SBCP é o órgão que regula e arbitra a emissão de títulos de especialista e, para tal, os cirurgiões passam por provas e outras avaliações específicas e rigorosas.
Segundo o Conselho Regional de Medicina (CRM), a grande maioria dos processos e acidentes em lipoaspirações ocorre com indivíduos não especializados em cirurgia plástica. “O profissional certo sabe, por exemplo, que deve pedir exames prévios de imagem para avaliar e descartar a presença de hérnias. E que uma simples gripe pode impedir a realização da operação”, completa o cirurgião plástico Alexandre Barbosa.
Além da escolha certa do profissional, é importante frisar que a lipoaspiração e a lipoescultura, mesmo quando de pequeno porte, são operações e devem ser realizadas em um ambiente adequado, que tenha estrutura e segurança necessárias.
“Um consultório médico não oferece tais condições. Além de hospitais, elas podem ser feitas em clínicas que estejam devidamente regulamentadas e liberadas por órgãos competentes – e, para isso, são exigidos padrões de higiene, aparelhagem mínima e dispositivos de segurança para emergências”, diz Suzy Vieira, com mestrado em Cirurgia Plástica pela Universidade de São Paulo (USP).
“É preciso todo o suporte cirúrgico adequado. Não são operações simples, envolvem anestesia geral, raqui ou peridural, e consultórios não dispõem de infraestrutura e equipamentos para garantir a segurança do paciente”, enfatiza Montenegro.
Não emagrecem
“Ambas cirurgias são realizadas com o objetivo de melhorar o contorno corporal, ajudando o paciente a se livrar de acúmulos de gordura que não são normalmente melhorados apenas com dieta e exercícios físicos. As duas cirurgias não devem ser empregadas para o emagrecimento”, alerta Wagner Montenegro.
“Em alguns casos, há perda de peso, porém esta não é significativa. E, que fique claro, não é a quantidade de quilos retirados que define o resultado”, complementa a também cirurgiã plástica Suzy Vieira. O que se percebe, quando o procedimento é bem realizado, é a diminuição significativa de medidas, com alterações no número do manequim.
Tanto a lipoaspiração quanto a lipoescultura proporcionam a retirada de células de gordura de algumas áreas do corpo, o que não altera em nada o metabolismo do paciente e sua capacidade de engordar ou emagrecer.
“Pelo contrário, o indivíduo que passa por uma dessas operações deve ter muito cuidado com a manutenção do peso, pois o ganho de quilos extras compromete o resultado”, diz Wagner Montenegro. Nos locais em que células de gordura foram removidas, conforme a pessoa engorda, podem surgir depressões.
“Além disso, as células restantes mantêm sua capacidade de aumentar de volume. Embora pequenas variações de peso não se mostrem tão evidentes quanto antes do procedimento, é preciso estar alerta porque acréscimos significativos afetarão os efeitos da cirurgia”, completa Suzy Vieira.
A manutenção do resultado satisfatório depende não só da cirurgia, mas, também, dos cuidados do próprio paciente. “A alimentação adequada e os exercícios físicos regulares são essenciais para a permanência dos resultados e para que se obtenha boa condição de saúde. A modelagem muscular é um fator importante na definição do contorno corporal. Outra coisa: há um mito de que o paciente que faz lipoaspiração deve viver permanentemente em dieta restritiva. Na verdade, ele tem que manter um cardápio equilibrado, não necessariamente com restrições, evitando variações relevantes de peso”, destaca Suzy Vieira.
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