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Médico é acusado de agredir paciente em hospital no interior de SP

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana

16/04/2014 15h38

Um adolescente de 16 anos acusa um médico de rede pública de Santa Bárbara d´Oeste, interior de São Paulo, de tê-lo agredido dentro de um hospital municipal. Segundo o menor, o profissional da saúde o pegou pelo colarinho, jogando-o em uma maca, e depois bateu a cabeça dele contra a parede. A ação foi testemunhada por pacientes, que invadiram a sala onde a ação ocorreu para resgatar o menor. A prefeitura da cidade afirmou que irá investigar o caso e o Cremesp (Conselho Regional de Medicina) informou que aguarda ser comunicado para definir o que fará sobre o caso.

Segundo Marli Ferreira Soares, 44, mãe do menor, os dois estavam no Hospital Municipal Dr. Afonso Ramos esperando atendimento, por volta das 17h de ontem, quando o menor foi até uma médica perguntar sobre a demora. O médico Rodrigo Vecchia  teria se aproximado e agredido o menor, sem nem falar com ele.

“Depois, disseram que ele achou que eu estava ofendendo a outra médica e que iria agredi-la. Mas não houve nada disso, só perguntei se iria demorar muito o atendimento, porque estávamos desde às 13h esperando”, disse o menor. “Eu estou com suspeita de dengue, estava com muita dor de cabeça. Depois da agressão, passou a doer ainda mais”, disse o menor. Ele continuou no local, em companhia da mãe, até às 19h, quando foi atendido. "Falamos com uma assistente social, que nos encaminhou a um outro profissional. A cabeça dele ficou ralada, ele tomou soro e nos mandaram para casa", disse a mãe.

Ela informou que não foi procurada, nem pelo médico nem pela prefeitura. "Ninguém me ligou, não. Nem pra pedir desculpa. O médico saiu de lá e voltou a atender depois que bateu no meu filho", disse Marli.

Testemunha

Diego Cardoso Correia, que esperava atendimento no local, confirmou as informações do menor. “Eu não vi como começou a confusão, porque estava fora do saguão, mas vi e ouvi a agitação e cheguei a tempo de ver o médico agredindo o rapaz. Uma turma de pacientes e acompanhantes que esperavam invadiu a sala e tirou o menor de lá enquanto ele ainda apanhava”, disse. "Todo mundo que estava lá viu o que aconteceu. Se ela precisar de testemunha, certamente vai ter um monte", disse.

A Guarda Municipal foi chamada ao local e atendeu a ocorrência. Depois de falar com médicos e com a mãe do menor, os guardas foram embora. O médico continuou atendendo normalmente durante o dia de ontem. Já Marli informou que não sabe se irá registrar a ocorrência na polícia. “Não sei se vou mexer com isso. Esse pessoal é muito poderoso”, disse.

Outro lado

A Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Santa Bárbara informou que serão tomadas providências assim que a Secretaria de Saúde tiver acesso a reclamação, inclusive por meio de consulta ao prontuário do paciente. A Guarda foi procurada e confirmou que atendeu a ocorrência, mas disse que o caso não foi registrado na polícia.

Já o Cremesp informou que a conduta do profissional pode ser alvo de sindicância, mas que só poderia comentar o caso após ser informado sobre ele. Até o meio da tarde de hoje, isso não havia ocorrido. O UOL também tentou falar com o médico, mas ele não foi encontrado no Hospital Municipal Doutor Afonso Ramos.