Brasil tem 907 casos confirmados de microcefalia e lesões neurológicas
Chega a 907 o número de bebês com microcefalia ou alterações do sistema nervoso no país, segundo boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta terça (22). Ainda são investigados outros 4.293 sob suspeita. O país enfrenta um surto de crianças nascidas com lesões neurológicas associadas à epidemia de zika.
Os casos confirmados estão concentrados no Nordeste, mas há confirmações também em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Pará, Rondônia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.
Do início da epidemia, registrado em outubro, até o dia 19 de março, foram confirmadas 46 mortes durante a gestação ou após o parto por alterações no sistema nervoso central. Ainda é investigada a relação de outras 130 mortes com possíveis decorrências do vírus da zika.
Estimativa de que número supere 2.500
A OMS (Organização Mundial da Saúde) acredita que os casos de microcefalia no país podem superar os 2.500. O cálculo foi feito com base no número de casos já confirmados, em relação aos suspeitos testados, o que dá 39%. No total o governo brasileiro considera que há 6.480 casos suspeitos.
"Se essa taxa continuar, esperamos que mais de 2.500 casos vão surgir de bebês com dano cerebral e sinais clínicos de microcefalia", disse Anthony Costello, que chefia o departamento de saúde maternal, de recém-nascidos, crianças e adolescentes na OMS.
O vírus da zika circula em 23 Estados do país: Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Roraima, Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o vírus em grávidas está relacionado com a microcefalia em recém-nascidos.
Dificuldade de diagnóstico de zika
De acordo com o boletim do Ministério da Saúde, apenas 122 casos confirmados tiveram exame com resultado positivo para o vírus da zika. A pasta, ressalta, no entanto, que houve infecção pelo vírus na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia.
A dificuldade para diagnosticar a zika está relacionada com os exames disponíveis até o momento. Os laboratórios da rede pública têm usado o PCR, exame de análise genética, para detectar o vírus. Contudo, ele só é capaz de perceber o vírus durante seu período ativo, ou seja, nos dias de infecção aguda.
Um teste sorológico criado pela USP, e anunciado na última semana, promete mudar esse cenário. O exame é capaz de detectar se há anticorpos para o vírus da zika no sangue, o que indica que a pessoa teve contato com o vírus. Por ora, o teste será no Instituto Adolfo Lutz e na Fiocruz.
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