Vacinas contra zika não devem ficar prontas a tempo, diz OMS
As pesquisas para o desenvolvimento de vacinas contra o vírus da zika estão a todo o vapor, mas o surto da doença deve acabar antes de a vacina estar pronta, disse a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Margaret Chan, diretora-geral da OMS, ressaltou durante coletiva realizada nesta terça (22) que alguns ensaios clínicos poderão ser realizados antes do final de 2016, porém serão necessários anos para uma vacina totalmente testada e licenciada estar pronta para uso.
“Muitos cientistas advertiram que a primeira onda explosiva de propagação pode ter acabado antes da disponibilidade de uma vacina para o vírus da zika”, comentou Chan. Até o momento, existem 23 projetos de vacina em desenvolvimento nos EUA, França, Brasil, Índia e Áustria. Apesar disso, ela destacou que o desenvolvimento da vacina é prioridade para os pesquisadores.
Chan destacou também que apesar de a relação de causa entre zika e más-formações em bebês ainda não ter sido cientificamente provada, as evidências circunstanciais são “esmagadoras”. Por isso, é preciso ter ações urgentes de combate nessa emergência de saúde pública, independente de uma prova definitiva.
O vírus da zika está circulando em 38 países e territórios, segundo a OMS. Brasil e Panamá já relataram casos de microcefalia possivelmente associados à zika e a Colômbia investiga alguns casos de síndromes neurológicas com possível ligação com o vírus. Cabo Verde reportou um caso, e a OMS está investigando.
Em relação à Guillain-Barré, até hoje 12 países e territórios já relataram incidências da doença e confirmação da zika entre os casos.
No Brasil, a organização acredita que os casos de microcefalia podem superar os 2.500. O cálculo foi feito com base no número de casos já confirmados (863), em relação aos suspeitos testados (2.212), o que dá 39%. No total o governo brasileiro considera que há 6.480 casos suspeitos. "Se essa taxa continuar, esperamos que mais de 2.500 casos vão surgir de bebês com dano cerebral e sinais clínicos de microcefalia", disse Anthony Costello, que chefia o departamento de saúde maternal, de recém-nascidos, crianças e adolescentes na OMS.
Falta de verba
Chan reclamou ainda que o dinheiro solicitado para ajudar no combate à zika ainda não está chegando como o esperado. Dos US$ 25 milhões solicitados, apenas US$ 3 milhões foram entregues até o momento. Outros US$ 4 milhões estão em negociação.
Transmissão sexual ocorre
A diretora-geral afirmou que a transmissão sexual de zika ocorre. De acordo com algumas pesquisas, o vírus está presente no sêmen. Por isso, o uso de preservativos é importante em países em que a transmissão pelo mosquito não é conhecida. Esposas de viajantes para áreas afetadas devem usar.
Apesar da observação, Chan reforçou que o combate ao mosquito ainda é a principal saída para reduzir a propagação do vírus.
“Temos que ter programas de controle do mosquito com estratégias efetivas para combater a zika. Já existem alguns testes de manipulação genética, como uma bactéria par a controlar o mosquito. [De qualquer forma] É identificar os desafios e implementar soluções", declarou. "Nós precisamos ter conhecimento. E logo!”
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