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Rio tem quase 94% de ocupação de leitos de UTI, segundo Defensoria e MP-RJ

Profissionais de saúde carregam maca na entrada do Hospital Salgado Filho, no Rio - Marcos Vidal/Futura Press/Estadão Conteúdo
Profissionais de saúde carregam maca na entrada do Hospital Salgado Filho, no Rio Imagem: Marcos Vidal/Futura Press/Estadão Conteúdo

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

18/04/2020 14h26

Levantamento feito pela Defensoria Pública e pelo Ministério Público do Rio diz que 93,9% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) estão ocupados. Segundo análise dos órgãos, a rede de saúde fluminense "beira o colapso" em meio à pandemia do coronavírus. Uma ação civil coletiva foi ajuizada ontem (17) a fim de cobrar providências do poder público.

Ao UOL, a Secretaria de Estado de Saúde contestou as informações e forneceu outros números. Na versão do governo, o percentual de ocupação em leitos de UTI é de 74%, e o índice em leitos de enfermaria é de 60%. Há dez dias, segundo informou a pasta, as taxas eram de 65% e 41%, respectivamente.

A reportagem também procurou a Secretaria Municipal de Saúde e aguarda um posicionamento.

A UTI é o espaço hospitalar destinado aos casos mais graves de covid-19, onde os pacientes têm acesso a aparelhos respiratórios e cuidados específicos. A oferta de leitos é fundamental no combate às consequências da pandemia.

O levantamento ainda não contabiliza a estrutura dos hospitais de campanha que estão sendo construídos pelo governo do estado e que devem ser inaugurados em 30 de abril. A estimativa das autoridades é ampliar a oferta em quase 2.000 leitos.

A ação coletiva da Defensoria e do MP pede o desbloqueio de 155 dos 287 leitos que, de acordo com os requerentes, estão parados na condição de reserva de contingência dos governos estadual e municipal.

Os órgãos também pleiteiam que o isolamento social, medida de prevenção para conter o alastramento do vírus, seja assegurado até que a pandemia seja controlada no país.

"Neste momento em que se aproxima o pico da epidemia, é fundamental que todos os leitos de UTI programados pelos próprios gestores para o tratamento digno da população carioca estejam em pleno funcionamento, sobretudo porque não há possibilidade de escoamento desses pacientes na rede existente, já notoriamente deficitária em leitos intensivos", afirmou a coordenadora de Saúde e Tutela Coletiva da Defensoria Pública, Thaisa Guerreiro.