Nunes anuncia ações contra dengue e critica governo Lula por falta de verba
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou hoje medidas para reforçar o combate à dengue e criticou o Ministério da Saúde por falta de repasses.
O que aconteceu
Nunes apontou falta de apoio por parte do governo federal no combate à doença. "Nós não recebemos nem veneno. Nosso orçamento da saúde é R$ 17 bilhões, recebemos 14% de transferência do governo federal", declarou o prefeito da capital paulista.
Prefeitura de São Paulo anunciou a contratação de 500 médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem. Eles atuarão nas unidades de saúde e em tendas montadas para atendimento médico de pessoas com sintomas da doença.
AMAS (Assistências Médicas Ambulatoriais) passarão a funcionar até as 22h. A partir da próxima segunda-feira (18), as 80 unidades terão três horas a mais de atendimento todos os dias. Hoje, elas fecham às 19h.
A prefeitura também anunciou a contratação de 3.200 agentes para as 32 subprefeituras. Eles farão o trabalho de localizar focos do mosquito e a conscientização da população. Segundo a gestão, 80% dos focos do Aedes aegypti estão nas residências. Também foram anunciados mais 30 carros nebulizadores (fumacê) para atuar contra o mosquito. No total, são 96.
A previsão da prefeitura é de que a cidade atinja o platô de casos da dengue em abril. Isso acontece quando há estabilização de registros antes da queda. A gestão orienta que as pessoas busquem atendimento médico nos primeiros sintomas e não se automedique.
Nunes também lamentou que a vacina distribuída pelo governo Lula não esteja disponível para a capital. O imunizante foi destinado a regiões com municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos. Também foram considerados, pelo Ministério da Saúde, critérios como população residente igual ou maior a 100 mil habitantes e altas taxas de transmissão nos últimos meses. Dos 645 municípios paulistas, onze foram contemplados — eles estão na região Alto Tietê.
Ações anunciadas hoje custarão R$ 240 milhões aos cofres públicos. "Estamos fazendo nossas ações com recurso da prefeitura. O que vier é bem-vindo, mas temos tido muita dificuldade de receber apoio do Ministério da Saúde", declarou.
O UOL entrou em contato com o Ministério da Saúde e aguarda um posicionamento.
Prefeito diz que decretará estado de emergência assim que critérios técnicos forem observados. A dengue é considerada epidêmica quando as infecções atingem 300 casos para cada 100 mil habitantes. Hoje, a cidade tem 295 casos por 100 mil habitantes.
O decreto permite que estados e municípios possam receber recursos adicionais do governo federal. "Nós já estamos em emergência, essa é a grande verdade, há bastante tempo. Independentemente do papel, do Diário Oficial", disse Nunes. "Se vier [recurso federal] é bom, mas não estamos aguardando por isso", acrescentou.
Nunes é candidato à reeleição, com apoio de Bolsonaro. Ele contará com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto seu principal adversário, Guilherme Boulos (PSOL), terá o apoio de Lula, num pleito que deve repetir a polarização ocorrida em 2022. Pesquisa Datafolha publicada na segunda-feira mostra que os dois lideram tecnicamente empatados a corrida.
Estado de SP tem 60 mortes confirmadas por dengue
Governo decretou estado de emergência na semana passada. O número de casos confirmados da doença é de 195.817. Outros 154 óbitos ainda são investigados.
Na capital, são oito mortes registradas. Já são 35.417 casos confirmados de dengue na cidade.
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Em caso de sintomas, procure uma UBS (Unidade Básica de Saúde). Não faço uso de medicamentos sem conhecimento médico.
A dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Por isso, a melhor forma de evitar a transmissão é combater a proliferação do inseto. Para isso, o importante é eliminar possíveis locais de armazenamento de água como manter a caixa d'água fechada e encher até a borda os pratos das plantas com areia.
É importante também usar repelente. Colocar no lixo todo objeto não utilizado que possa acumular água também é uma recomendação dos especialistas. Além disso, é preciso manter as calhas limpas e não deixe água acumulada sobre a laje.
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