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Jovem paquistanesa Malala Yousufzai já consegue ficar em pé

Malala Yousafzai é uma das estudantes mais conhecidas do Paquistão - Hazart Ali Bacha/Arquivo/Reuters
Malala Yousafzai é uma das estudantes mais conhecidas do Paquistão Imagem: Hazart Ali Bacha/Arquivo/Reuters

Em Londres

19/10/2012 08h06Atualizada em 19/10/2012 09h12

Malala Yousufzai, a jovem paquistanesa baleada na cabeça pelo grupo Taleban, conseguiu ficar de pé com a ajuda da equipe médica pela primeira vez desde o atentado, informaram nesta sexta-feira (18) os médicos responsáveis por seu tratamento em um hospital britânico.

Ela também está se comunicando com algumas notas por escrito, explicou Dave Rosser, diretor-médico do Hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, no centro da Inglaterra, para onde a adolescente foi transferida na segunda-feira.

A estudante foi baleada na última semana em um ônibus escolar no antigo reduto taleban do vale do Swat, no noroeste do Paquistão, como punição por defender os direitos das mulheres à educação.  A menina foi atingida por tiros no ombro e na cabeça.

"O estado de Malala nesta manhã é confortável e estável", informou o hospital em um comunicado. "A família dela permanece no Paquistão neste momento", acrescentou a nota do hospital.

A rede de televisão ITV informou que o hospital estava tentando fazer com que ela ouça a voz de seu pai pelo telefone, embora ainda não consiga falar.

"Sabemos que houve algum dano em seu cérebro, certamente não físico, não houve déficit em termos de função", disse citando um porta-voz.

Uma porta-voz do hospital informou à AFP que Malala tinha 15 anos, e não 14, como foi informado anteriormente.

O ataque provocou uma grande comoção em todo o mundo e no Paquistão, onde um sentimento antitaleban foi registrado em várias regiões do país de mais de 180 milhões de habitantes, onde foi percebido um aumento do fundamentalismo religioso nos últimos anos.

"Ataque contra todas as meninas"

O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, afirmou na terça-feira (16) que os tiros disparados contra Malala representam "um ataque contra todas as meninas" do Paquistão.

"O ataque dos talebans contra esta jovem, que desde os 11 anos está comprometida na luta pelo direito da educação das meninas, é um ataque contra todas as meninas do Paquistão, um ataque contra a educação e todas as pessoas civilizadas", declarou Zardari à margem de um fórum econômico em Baku, capital do Azerbaijão.

"O trabalho era maior aos olhos de Deus do que o que fazem terroristas em nome da religião. Vamos continuar defendendo sua causa notável", completou.