Onda de calor deixa mais de 1.000 mortos no Paquistão
Karachi, 25 Jun 2015 (AFP) - A onda de calor que afeta o sul do Paquistão nos últimos dias provocou mais de 1.000 mortes, em sua maioria operários pobres, mendigos e idosos, vulneráveis ao intenso calor.
A maioria das mortes aconteceu em Karachi, a maior cidade do país, com 20 milhões de habitantes, onde as temperaturas alcançaram 45 graus.
Segundo os dados recebidos pela AFP, ao menos 1.079 pessoas morreram nos hospitais da cidade (929 em estabelecimentos públicos e 150 em unidades privadas), vítimas da onda de calor.
"O balanço de mortos supera 1.000 e pode alcançar 1.500", disse à AFP Anwar Kazmi, porta-voz da Fundação Edhi, organização que lidera o atendimento médico de emergência em Karachi.
Os hospitais estão em alerta para receber as vítimas de desidratação ou insolação.
Segundo funcionários, os hospitais de Karachi atenderam quase 80.000 pessoas por problemas de insolação e desidratação.
A meteorologia prevê temperaturas de 34 graus para esta quinta-feira, com ventos mais frescos e um céu nublado.
Depois de alcançar temperaturas superiores aos 40 graus centígrados, os ventos e as nuvens cobrem a cidade portuária há dois dias, o que representa um alívio para os moradores.
"Nós recebemos menos pacientes hoje e esperamos que esta tendência continue", explicou à AFP o médico Seemin Jamalim, diretor do hospital universitário Jinnah de Karachi.
Os funcionários dos necrotérios e cemitérios se esforçam para dar conta do grande número de cadáveres. A "maioria são pessoas com mais de 50 anos, mais sensíveis ao calor, e pessoas que trabalham sob o sol", explicou o doutor Qaiser Sajjad, da Associação Médica do Paquistão em Karachi.
A Fundação Edhi informou que os necrotérios da cidade receberam tantos corpos que estão com dificuldades para manter os locais refrigerados da maneira correta.
As famílias das vítimas também encontram problemas para enterrar os falecidos, já que os coveiros precisam trabalhar em um ritmo incessante sob o sol escaldante.
O doutor Sajjad afirmou que várias mortes foram provocadas pela falta de conhecimentos da população sobre a insolação, seus sintomas e o tratamento.
Além disso, a onda de calor coincide com o início do mês do Ramadã, durante o qual milhões de muçulmanos no país respeitam um jejum do nascer ao pôr do sol.
Frente a gravidade da situação, vários líderes religiosos pediram para que os fiéis não jejuem, principalmente em Karachi, lembrando que isso era permitido pelo Corão "para preservar a saúde daqueles que correm o risco de ficar doente ou morrer".
O calor também provocou cortes de energia elétrica, um problema frequente no Paquistão que impede o uso de ventiladores e aparelhos de ar condicionado, além de interromper o fornecimento de água em Karachi.
Os partidos políticos locais rejeitaram a responsabilidade pela situação, principalmente pelas panes elétricas, após as críticas na imprensa e nas redes sociais da inação e até mesmo aproveitamento da situação de crise.
A onda de calor é similar à que afetou a vizinha Índia nas últimas semanas, a segunda mais importante da história do país e que deixou mais de 2.000 mortos.
ak-sjd/fp/mr
A maioria das mortes aconteceu em Karachi, a maior cidade do país, com 20 milhões de habitantes, onde as temperaturas alcançaram 45 graus.
Segundo os dados recebidos pela AFP, ao menos 1.079 pessoas morreram nos hospitais da cidade (929 em estabelecimentos públicos e 150 em unidades privadas), vítimas da onda de calor.
"O balanço de mortos supera 1.000 e pode alcançar 1.500", disse à AFP Anwar Kazmi, porta-voz da Fundação Edhi, organização que lidera o atendimento médico de emergência em Karachi.
Os hospitais estão em alerta para receber as vítimas de desidratação ou insolação.
Segundo funcionários, os hospitais de Karachi atenderam quase 80.000 pessoas por problemas de insolação e desidratação.
A meteorologia prevê temperaturas de 34 graus para esta quinta-feira, com ventos mais frescos e um céu nublado.
Depois de alcançar temperaturas superiores aos 40 graus centígrados, os ventos e as nuvens cobrem a cidade portuária há dois dias, o que representa um alívio para os moradores.
"Nós recebemos menos pacientes hoje e esperamos que esta tendência continue", explicou à AFP o médico Seemin Jamalim, diretor do hospital universitário Jinnah de Karachi.
Os funcionários dos necrotérios e cemitérios se esforçam para dar conta do grande número de cadáveres. A "maioria são pessoas com mais de 50 anos, mais sensíveis ao calor, e pessoas que trabalham sob o sol", explicou o doutor Qaiser Sajjad, da Associação Médica do Paquistão em Karachi.
A Fundação Edhi informou que os necrotérios da cidade receberam tantos corpos que estão com dificuldades para manter os locais refrigerados da maneira correta.
As famílias das vítimas também encontram problemas para enterrar os falecidos, já que os coveiros precisam trabalhar em um ritmo incessante sob o sol escaldante.
O doutor Sajjad afirmou que várias mortes foram provocadas pela falta de conhecimentos da população sobre a insolação, seus sintomas e o tratamento.
Além disso, a onda de calor coincide com o início do mês do Ramadã, durante o qual milhões de muçulmanos no país respeitam um jejum do nascer ao pôr do sol.
Frente a gravidade da situação, vários líderes religiosos pediram para que os fiéis não jejuem, principalmente em Karachi, lembrando que isso era permitido pelo Corão "para preservar a saúde daqueles que correm o risco de ficar doente ou morrer".
O calor também provocou cortes de energia elétrica, um problema frequente no Paquistão que impede o uso de ventiladores e aparelhos de ar condicionado, além de interromper o fornecimento de água em Karachi.
Os partidos políticos locais rejeitaram a responsabilidade pela situação, principalmente pelas panes elétricas, após as críticas na imprensa e nas redes sociais da inação e até mesmo aproveitamento da situação de crise.
A onda de calor é similar à que afetou a vizinha Índia nas últimas semanas, a segunda mais importante da história do país e que deixou mais de 2.000 mortos.
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