USP transfere hospital de Bauru para o governo do Estado
A reunião do conselho, instância máxima da instituição, foi marcada por manifestação de servidores e alunos, que são contrários à proposta da reitoria. Cerca de 800 manifestantes, segundo os organizadores, participaram do ato.
Transferir a gestão dos hospitais da USP foi uma das propostas feitas pelo reitor Marco Antônio Zago para combater a crise financeira. Segundo ele, a vinculação das unidades à secretaria é uma atualização necessária no modelo de gestão.
"O que faremos é vincular o hospital à secretaria, que é gestora do SUS (Sistema Único de Saúde). Assim como estão vinculados os Hospitais das Clínicas de São Paulo e de Ribeirão Preto e também o Hospital da Unesp de Botucatu", disse Zago após a reunião. Ele ainda citou que o próprio Ministério da Educação criou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), que gere as unidades das instituições federais.
A transferência do HU para a Saúde é dada como certa pelo reitor. O prazo será para mostrar principalmente aos alunos que não haverá prejuízos para o ensino. Cerca de 2,4 mil alunos realizam estudos no HU.
Segundo o médico do HU Gerson Salvador, que é do Sindicato dos Médicos de São Paulo, a transferência tem um grande risco. "A secretaria vive crise de financiamento. O HU vai ter de disputar orçamento com o resto do Estado. Não se consegue garantir qualidade para os alunos, principalmente", disse ele.
Com relação ao Centrinho, uma comissão vai acompanhar a transferência para a secretaria. As conversas com a Secretaria de Saúde sobre as mudanças ainda não começaram.
Demissão
Também previsto para ser discutido na reunião de ontem, o Plano de Demissão Voluntária (PDV) só será analisado na próxima semana, em nova reunião do conselho. Não houve tempo para votação.
Os estudos para o programa têm como base um público-alvo de 2.800 servidores celetistas com idade entre 55 e 67 anos e com, pelo menos, 20 e anos de trabalho na USP. Com orçamento de R$ 400 milhões, estão previstas indenização por tempo de serviço e parcela equivalente a 40% do saldo para fins rescisórios do FGTS.
O Sintusp diz que proposta vai sucatear a USP. "Esses profissionais não serão substituídos. Será o avanço da terceirização", afirma Marcelo Pablito, da direção do Sintusp.
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