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Beltrame chama ação policial que matou mototaxista no Rio de "desastrosa"

Cartaz pendurado em açougue homenageia o mototaxista Diego Algarve, 22 - Gabriel de Paiva/Agência O Globo
Cartaz pendurado em açougue homenageia o mototaxista Diego Algarve, 22 Imagem: Gabriel de Paiva/Agência O Globo

No Rio

09/02/2015 13h00

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, classificou como "desastrosa" a ação policial que matou o mototaxista Diego Algarve, 22, na Favela Vila Cruzeiro, zona norte da capital fluminense, na madrugada de domingo (8).

Moradores disseram que Diego era mototaxista e que voltava de uma festa quando foi abordado por um policial da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). O PM teria atirado no rapaz pelas costas porque ele teria demorado a atender a ordem de parar após passar pelo bloqueio policial. Revoltados, alguns moradores atearam fogo a pneus e jogaram pedras na polícia, que respondeu com bombas de efeito moral para dispersá-los.

Na manhã desta segunda-feira (9), ao comentar o fato, o secretário disse que "qualquer academia ensina que o policial só pode usar a arma de fogo se a vida dele estiver em risco". "Foi uma ação desastrosa", afirmou Beltrame, segundo o qual o caso está sendo investigado e os policiais que estavam no bloqueio já foram interrogados.

A UPP da Vila Cruzeiro foi criada em 2012 e sempre enfrentou resistência de traficantes e a desconfiança da comunidade. Os tiroteios nunca cessaram por completo. Em março do ano passado, o subcomandante da unidade foi morto por bandidos da favela. O corpo de Diego Algarve será sepultado na tarde de hoje no Rio de Janeiro.