Para polícia, assassinato de prefeito em Goiás pode ter motivação política
A polícia investiga o assassinato, na madrugada desta terça-feira (4) de um prefeito e da mulher dele. Os corpos do prefeito de Matrinchã (GO), Daniel Antônio de Sousa (PTB), e da primeira-dama, Elizeth Bruno de Bastos, foram encontrados pelo motorista do prefeito por volta de 8 horas da manhã. Eles estavam envoltos em sangue, com os pescoços cortados na frente (esgorjamento).
A população da cidade ficou abalada com a barbárie das mortes, que têm como uma das principais hipóteses crime político. O delegado que era responsável pelo caso, Paulo Roberto Tavares, disse ao Estado que a outra hipótese é de crime por motivo financeiro. "Ele possuía dívidas pessoais e contratadas pela prefeitura, que não foram pagas". A investigação foi transferida para a Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic) no final da tarde.
Amigos estiveram com o casal até por volta de 23 horas de ontem. Na manhã de terça, assessores estranharam a ausência de Daniel em uma reunião política agendada. Os assessores telefonaram para o celular e ele não atendeu. O motorista foi enviado até a chácara onde o casal morava e viu sinais de sangue na entrada da residência, situada junto a um assentamento rural distante dez quilômetros da cidade. Ao adentrar a casa o homem enxergou os corpos e a Polícia Militar foi acionada.
O casal foi atacado a facadas ainda do lado de fora da residência e depois arrastado para o interior do imóvel pelo próprio autor, ou autores, dos homicídios. O prefeito foi colocado em um quarto e a mulher em outro, contou o delegado. Segundo ele, a perícia descartou tiros e identificou que Elizeth também foi atingida com um golpe na cabeça.
Não havia sinais de luta no local, mas muito sangue. Ainda abalados familiares disseram à polícia que não havia sinais de que qualquer objeto tivesse sido roubado, o que descarta a hipótese de latrocínio. "Havia até pequena quantidade de dinheiro espalhada no chão de um dos quartos", destacou Tavares.
Segundo ele, no clima de comoção, muitos moradores de Matrinchã foram até o local dos assassinatos e alguns especulavam que Daniel teve desentendimentos políticos e por causa de dívidas. Daniel era investigado pelo Ministério Público de Goiás por improbidade administrativa.
Os corpos foram transferidos para o exame cadavérico no Instituto Médico-Legal de Goiânia, distante cerca de 260 quilômetros de Matrinchã. A Associação Goiana dos Municípios lamentou as mortes e declarou luto entre os prefeitos do Estado. Disse ainda esperar pela elucidação dos crimes e punição dos autores.
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