País reduz maternidade na adolescência, aponta IBGE
"A fecundidade entre as jovens de 15 a 19 anos ainda se manteve bastante elevada. O resultado é compatível com outros países da América Latina, mas ainda é muito superior ao de países mais desenvolvidos", avaliou Cintia Simões Agostinho, pesquisadora da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.
O perfil da maternidade na adolescência está relacionado à pouca escolarização e baixa inserção no mercado de trabalho. A mãe adolescente é predominantemente preta ou parda (69% das meninas com filhos), não completou o ensino médio (85,4%), se dedica a afazeres domésticos (92,5%), não estuda nem trabalha (59,7%).
"Quando a mulher tem filho muito jovem, isso influencia nos indicadores. As que não tinham filhos eram mais escolarizadas", apontou Cíntia.
A taxa de fecundidade como um todo no País vem diminuindo ao longo dos anos. Em 2014, a taxa era de 1,74 filho por mulher, contra 2,14 filhos em 2004, queda de 18,6% em dez anos. Os únicos estados com taxa de fecundidade acima da reposição populacional do País (2,10 filhos por mulher) foram Acre (2,52 filhos por mulher), Amapá (2,34), Amazonas (2,32), Roraima (2,27), Maranhão (2,22) e Pará (2,15).
A redução na taxa de fecundidade resulta no encolhimento na fatia de jovens na população. A proporção de jovens de 0 a 14 anos diminuiu de 22,3% em 2013 para 21,6% em 2014. Ao mesmo tempo, a população de 60 anos ou mais aumentou de 13,1% em 2013 para 13,7% em 2014.
Em 2030, a faixa etária mais jovem somará 17,6% da população, enquanto a mais velha responderá por 18,6%. Em 2060, a tendência se acentuará: os mais jovens, de 0 a 14 anos, serão apenas 13,0% da população, enquanto os mais velhos, de 60 anos ou mais, serão 33,7%, mais de um terço do total de brasileiros, de acordo com as projeções feitas pelo IBGE.
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