Lema expôs disputa no governo
A escolha do lema não passou pelo MEC. Foi uma decisão da presidente Dilma Rousseff e seus assessores. Dentro da pasta, o comentário era de que a escolha criara uma pressão constante sobre a pasta.
O ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro afirma que, "em tese", a escolha é boa porque veio como forma de dar continuidade à marca do primeiro mandato (País rico é país sem pobreza).
"A ideia inicial é acabar com a pobreza, no primeiro mandato. Para se acabar com a pobreza é pela educação, no segundo mandato, essencialmente uma educação que capacite as pessoas para o trabalho."
Janine Ribeiro acredita que o mote coloca a educação no centro do governo. "Mas esse lema não foi escolhido pelo MEC, veio de cima", diz.
A divulgação do documento por Mangabeira foi feita logo depois de Janine Ribeiro assumir a pasta. Pelo teor da proposta - que trazia pontos que envolvem atribuições do MEC -, criou um mal-estar no governo. Segundo fontes dentro do MEC, Mangabeira recebera a missão de criar o escopo conceitual da Pátria Educadora, mas, com pretensões de se tornar titular da Educação, avançou. Divulgou o documento sem encaminhá-lo ao ministro.
O texto foi criticado pela maioria dos especialistas. Para Luiz Carlos de Freitas, da Faculdade de Educação da Unicamp, o debate em si não produziu avanços. "Ao menos motivou o MEC a elaborar uma proposta alternativa, com outra filosofia, um pouco mais avançada na direção de um maior envolvimento de todos e não de uma responsabilização do governo federal pela indução de políticas de pressão sobre os Estados." A reportagem não conseguiu falar com Mangabeira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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