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Muitos blocos de rua causaram 'dificuldades' em SP, admite secretário

Bloco de rua tomou todos os espaços da avenida Tiradentes, em São Paulo - Rogério Cassimiro/UOL
Bloco de rua tomou todos os espaços da avenida Tiradentes, em São Paulo Imagem: Rogério Cassimiro/UOL

De São Paulo

02/02/2016 20h21

Após o desfile de blocos de rua em São Paulo no último fim de semana, que reuniu 110 mil pessoas, o secretário municipal da cultura, Nabil Bonduki, afirmou que a Prefeitura de São Paulo traça estratégias para evitar um carnaval com engarrafamentos e alta concentração de público em bairros residenciais. Bonduki admitiu que o número de blocos causou "dificuldades" para o trânsito da cidade. Uma das ações será uma "melhor distribuição" dos blocos.

"No sábado, desfilaram 74 blocos. Era um número muito grande de desvios e a cidade precisa se aparelhar para poder responder a isso. (A fluidez e a sinalização no trânsito) é um dos aspectos que queremos aperfeiçoar com uma ação um pouco mais preventiva para evitar que eventualmente um carro não saiba que aquele lugar tem um bloco desfilando", disse Bonduki.

Em agenda pública com o prefeito Fernando Haddad (PT), o secretário garantiu que, já nos primeiros dias do carnaval, o trânsito será mais "tranquilo" no entorno dos blocos de rua em comparação com o último fim de semana.

"(O carnaval) é um fim de semana mais vazio na cidade. É feriado. O fim de semana anterior era um sábado comum. Então, dá para entender que a dimensão dos eventos ao mesmo tempo realmente causava dificuldades", destacou.

Segundo Bonduki, um dos problemas enfrentados no pré-carnaval são os usuários que urinam na rua. Para o carnaval, a Prefeitura planeja a realização de campanhas educativas.

Outro ajuste que será feito para o feriado é o replanejamento dos blocos no Largo da Batata, na zona oeste da cidade, que, de acordo com o secretário, teve alta concentração de foliões no último fim de semana. Nos dois dias, foram cinco blocos no Largo, entre eles o Orquestra Voadora, famoso grupo do Rio de Janeiro.

"Estamos entendendo que talvez o Largo da Batata mereça um pouco mais de atenção. Tivemos muita atenção na Vila Madalena. Deu super certo. Não tivemos grandes problemas. Mas concentrou muita gente no Largo e a intenção é que a gente consiga melhorar ainda mais lá", disse Bonduki.

Vila Madalena

Na madrugada do último sábado (30), a Polícia Militar usou bombas de efeito moral para dispersar o público na Vila Madalena, na zona oeste da capital, por volta das 2h, na madrugada. De acordo com Bonduki, o episódio não envolveu blocos de rua, mas um pancadão montado em um posto de gasolina, na Rua Inácio Pereira da Rocha. Ele não quis comentar a estratégia da PM.

"Isso foi um evento muito isolado dentro do conjunto de ações que houve com participação da PM, das subprefeituras e dos vários órgãos da Prefeitura, que permitiu que a Vila Madalena ficasse transitável, que pudesse não haver grandes problemas para os moradores", explicou o secretário. "Ali realmente é uma concentração de blocos e de pessoas muito grande, que não dá para suportar".

No último fim de semana, a prefeitura restringiu a entrada de pessoas após as 16h. Foi permitida a "entrada" de no máximo 15 mil. Para Bonduki, a restrição "permitiu garantir uma situação mais tranquila na Vila Madalena".

"Reencontro"

O prefeito avaliou que o pré-carnaval transcorreu "muito bem" e que serviu de aprendizado para o feriado. "São Paulo se reencontrou com o carnaval. E é um aprendizado. A cada ano, você identifica vulnerabilidades e corrige. O fim de semana mais difícil foi o anterior porque o número de blocos por dois dias era o maior do carnaval. Na semana que vem, vamos ter a mesma quantidade de blocos, mas em quatro dias, então isso deve atenuar", afirmou.