Cordão da bola Preta leva mais de 1 milhão de pessoas ao centro do Rio
Bonecos do presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha, e do agente da Polícia Federal Newton Ishii, conhecido como "o japonês da Federal", responsável por conduzir presos da Operação Lava Jato, eram carregados pelos foliões e deram o tom político à festa. Também não faltou o "pixuleco", boneco do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva vestido com roupa de presidiário.
A situação da saúde foi o tema da fantasia do professor de educação física Rafael de Jesus Silva, de 29 anos. Morador de Campo Grande, bairro da zona oeste do Rio, ele participou do tradicional Cordão da Bola Preta vestido de mosquito Aedes aegypt, transmissor da dengue, febre amarela, chikungunya e zika vírus. "Achei o momento oportuno para brincar sem esquecer a crítica ao descaso no combate ao mosquito, tanto dos políticos quanto da população. Acho que vou ajudar na prevenção", disse.
Destaque entre os foliões, um grupo de 40 moradores de Bangu, na zona oeste do Rio, acordaram cedo para viajar até o centro da cidade, por cerca de uma hora, para participar do desfile. Fantasiados de homens da caverna e reunidos em um pequeno bloco de amigos e parentes, que batizaram de "Uga Uga do Catiri", chamavam a atenção por causa dos corpos e rostos pintados de preto, além dos machados de plástico que carregavam nas mãos. "Desde 1996 venho para o Bola Preta, sempre com a mesma fantasia. É uma tradição de amigos", informou o auxiliar de produção Fábio Prince, de 26 anos.
A apresentação do Cordão da Bola Preta foi puxada pela rainha do bloco, a funkeira Ludmilla, pela madrinha, a cantora Maria Rita, e pela porta-estandarte, a atriz Leandra Leal. "Eu venho ao Bola desde criança e carregar este estandarte é um dos dias mais felizes do meu ano, sempre. O Bola Preta sempre foi o momento auge do meu carnaval", afirmou Leal, antes do desfile.
Nas ladeiras do bairro de Santa Teresa, na região central do Rio, o sábado de carnaval foi aberto pelo bloco Céu na Terra, que foi às ruas por volta das 8h. Neste ano, o bloco misturou samba, marchinhas e a marrabenta, um ritmo musical típico de Moçambique. Mas não faltou a tradicional alegoria de bonde - em máscaras e camisetas -, um símbolo de Santa Teresa, onde o Céu na Terra desfila há 15 anos.
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