Bancada do PMDB na Câmara articula acordo para ajudar Cunha na CCJ
A bancada do PMDB na Câmara dos Deputados já trabalha majoritariamente com a ideia de ajudar o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a se salvar do processo no Conselho de Ética que pode levar à cassação do mandato do peemedebista.
A principal ajuda deve vir por meio da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), principal colegiado da Câmara. Este ano, caberá ao PMDB indicar o presidente da comissão, responsável por pautar a análise dos recursos de Cunha ao processo do Conselho de Ética.
A tendência é que a maioria da bancada do partido aceite acordo costurado por Cunha para que o presidente da CCJ neste ano seja um peemedebista aliado dele. Cunha tenta emplacar o deputado Osmar Serraglio (PR) no comando da comissão. Serraglio está "alinhado" com Cunha.
Revezamento
Para viabilizar a eleição de seu aliado, o presidente da Câmara propôs acordo para que o deputado federal Rodrigo Pacheco (MG) desista de disputar o comando da CCJ este ano, com a promessa de que será apoiado por Cunha e pela bancada na disputa pelo posto no próximo ano.
Em seu primeiro mandato, Pacheco seria indicado pelo líder do PMDB na Casa, Leonardo Picciani (RJ), que rompeu politicamente com Cunha após se aproximar da presidente Dilma em outubro de 2015. Agora, tanto Picciani quanto Pacheco já se mostraram dispostos a negociar acordo proposto por Cunha.
Segundo aliados do líder peemedebista, Picciani já avisou que, se Pacheco aceitar o acordo com Serraglio, ele não deve opor. "Se for uma solução que pacifique a bancada, aceito o acordo", disse o deputado fluminense a outros deputados em reunião nesta quarta-feira.
Peemedebistas aliados de Cunha dizem que a bancada precisa ajudá-lo a resolver seu caso ainda no Conselho de Ética, evitando que o processo chegue ao plenário da Câmara. Caso isso aconteça, aliados do presidente da Casa reconhecem que as chances de ele se salvar são muito pequenas.
Mentira
Cunha é alvo de processo no Conselho de Ética sob a acusação de ter mentido em 2015 à CPI da Petrobras ao dizer que não possuía contas secretas no exterior. A informação foi confrontada pela Operação Lava Jato, que aponta que o peemedebista tem contas não declaradas na Suíça que foram abastecidas com propina desviada da Petrobras.
O processo já se arrasta desde novembro do ano passado e, atualmente, está na fase de coleta de provas e oitiva de testemunhas. Cunha nega as acusações.
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