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Mulheres de líderes do PCC chegam a presídios em carros de luxo novos

Carros são avaliados em mais de R$ 150 mil - Rafael Arbex/Estadão Conteúdo
Carros são avaliados em mais de R$ 150 mil Imagem: Rafael Arbex/Estadão Conteúdo

Em Presidente Venceslau (SP)

15/05/2016 09h17

Quando chega o fim de semana, a Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, conhecida como P2 de Presidente Venceslau, no oeste paulista, começa a ser rodeada por ônibus de excursão e também carros de luxo.

Neles, estão as mulheres consideradas as primeiras-damas do Primeiro Comando da Capital (PCC), que se deslocam de várias cidades, principalmente de São Paulo, para visitar seus companheiros. Isso não é segredo nenhum para agentes penitenciários, polícia e Ministério Público.

No fim de semana do Dia das Mães, o sábado ficou reservado para as visitas de metade dos presos. Os ônibus com os parentes começam a chegar por volta de 1h30. As mulheres descem, pegam uma senha na porta da prisão e vão para um hotel próximo.

Elas voltam por volta das 6 horas, quando os portões se abrem. Os comerciantes brincam, dizendo que "a crise chegou ao Comando (PCC)". "Eles cortaram dois ônibus para diminuir os gastos. Agora são só cinco fretados por dia de visita", conta um deles.

O local tem barracas com lanches e refeições para os parentes. É comum as mulheres comprarem fiado e algumas tentar ir embora sem pagar.

Quem trabalha por lá diz também que não é incomum buscar clientes dentro do ônibus para acertar as contas. Comuns mesmo são as brigas entre elas quando uma pega a encomenda da outra.

No domingo, foi a vez de as mulheres e os filhos dos integrantes da cúpula do PCC fazerem as visitas. Para ver os companheiros na unidade onde vivem 841 detentos, com vagas para até 1.280 - uma das poucas prisões sem problema de superlotação -, elas preferem ir em seus próprios veículos.

Cynthia Giglioli da Silva Camacho, mulher de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, chega em um Toyota SW4 2014, conduzido por sua motorista particular. O carro custa mais de R$ 150 mil. Os comerciantes dizem que ela é discreta e muito educada.

Na Justiça, Cynthia responde em liberdade às acusações de associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações da polícia, é suspeita de receber uma mesada de pelo menos R$ 15 mil do PCC. E sempre negou as acusações.

A família de Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, condenado por sequestros, homicídios e tráfico de drogas, ainda costuma chegar a bordo de carros importados avaliados em mais de R$ 100 mil.

Sua mulher, Luciane de Seixas, também estava no presídio e chegou em um Kia Sorento, avaliado em R$ 120 mil. No domingo, a reportagem flagrou os veículos de luxo parados perto da prisão. À frente estava o carro de Cynthia, seguido do Sorento de Luciane e, logo atrás, havia um Toyota Corolla 2016. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

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TV Folha