Marun: prisão de Joesley é consequência natural de grande farsa que foi delação
O vice-líder do PMDB na Câmara, deputado Carlos Marun (MS), avaliou a prisão do empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, e do executivo Ricardo Saud como "natural". "A prisão desses dois é natural, devido ao fato inclusive de serem réus confessos e essa confissão na verdade não pode mais ser anulada", afirmou o deputado ao "Estado de S. Paulo".
Marun acrescentou ainda que a prisão é uma consequência já prevista "desta grande farsa na qual se constituiu esse processo de delação e colaboração premiada desse marginal".
O deputado lembrou que, em 23 de maio, chegou a protocolar na Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de investigação da atuação do ex-procurador Marcelo Miller nesse caso da delação da JBS. "Infelizmente, pelo jeito, eu acompanhei o andamento desse processo e ele estava parado já há mais de três meses no gabinete do procurador Janot. Foi necessário que fosse entregue uma fita, um áudio, gravado por essa turma que começa a gravar todo mundo e acaba gravando eles mesmos, para que essa farsa se revelasse", disse, completando considerar estranho que o procurador-geral Rodrigo Janot não tenha visto nada de estranho no contexto.
"Eu vou buscar os motivos da não tomada do mesmo tipo de atitude em relação ao procurador Marcelo Miller. A princípio isso me causa estranheza, mas, a partir da semana que vem, nós vamos avançar nas investigações e nos questionamentos em relação a tudo isso", completou.
Para o vice-líder do PMDB, todo o episódio da delação da JBS "não é uma situação que possa ser simplesmente varrida para debaixo do tapete e tratada como resolvida a partir dessa prisão". "Essa prisão não resolve essa questão. Ela simplesmente é mais um capítulo na história dessa farsa e essa farsa tem que ser revelada", concluiu.
O deputado Alexandre Baldy (Podemos-GO) avaliou que a prisão de Joesley e Saud ajuda na defesa jurídica do presidente Michel Temer, no caso de uma eventual segunda denúncia. Mas destacou que a segunda denúncia ainda é desconhecida. "A prisão ajuda na defesa jurídica, mas a segunda denúncia ainda é desconhecida, se tornando um desafio mais político do que jurídico, já que a prisão de Joesley auxilia na tese de desconstruir o ataque jurídico", afirmou.
O líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Efraim Filho (PB), disse que a Justiça começou a ser feita. "Essa turma havia cometido diversos ilícitos e [eles] saíram impunes, com um acordo de delação muito camarada", afirmou, em nota. "Agora, a justiça começa a ser feita."
Com a prisão, os benefícios que haviam sido concedidos aos executivos da JBS por meio do acordo de delação premiada estão suspensos. "Desde o início esses benefícios nos pareceram exagerados", disse. "A sociedade não aceita mais a impunidade."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.