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Mais de 18 mil civis morreram no Iraque em menos de dois anos

Em Genebra (Suíça)

19/01/2016 12h35

Mais de 18 mil civis morreram nos conflitos internos do Iraque entre janeiro de 2014 e outubro de 2015, informou um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nesta terça-feira (19).   

"O Estado Islâmico continua a perpetrar violações e abusos que, em alguns casos, podem ser considerados crimes de guerra, contra a humanidade e, potencialmente, um genocídio", diz o documento que ressalta que o "sofrimento do povo iraquiano é enorme".

A Missão de Assistência das Nações Unidas para o Iraque e o Alto Comissariado para os Direitos Humanos revelaram que ao menos 18.802 civis morreram e outros 36.245 ficaram feridos no período. Porém, esses números devem ser muito maiores porque há dados impossíveis de serem computados por forças estrangeiras.

Além disso, a ONU afirma que os jihadistas mantêm ao menos 3.500 pessoas como escravas, sobretudo da comunidade yazidi, minoria religiosa extremamente perseguida pelo EI. De acordo com a entidade, 3,2 milhões de iraquianos foram obrigados a deixar suas casas e são deslocados internos, entre os quais há um milhão de crianças.   

As violações cometidas contra os civis são "desconcertantes", conforme o documento. Além de recrutar crianças para suas linhas de batalha, o Estado Islâmico mata de maneira direta um grande número de pessoas. 

Os jihadistas também impõem o apedrejamento e amputações a pessoas que descumprem ordens dos líderes do chamado 'califado' no país e impõem outras "terríveis punições".

Em seu relatório, no entanto, a ONU apontou que há violações também cometidas pelas forças iraquianas, milícias, forças tribais, unidades de mobilização e os peshmerga (exército curdo), que atuam contra o EI na região.