Acordo encerra greve de fome de prisioneiros palestinos em Israel
Mais de 2 mil palestinos presos em cadeias de Israel decidiram nesta segunda-feira encerrar uma greve de fome após receberem concessões israelenses. Os dois prisioneiros que iniciaram o protesto em fevereiro estavam há 77 dias sem se alimentar.
A principal concessão de Israel foi prometer reavaliar casos de palestinos detidos sob o regime de "prisão administrativa" - em que o prisioneiro fica detido sem julgamento e sem ser informado do que é acusado por meses ou até anos. Segundo autoridades israelenses, essa modalidade de prisão foi imposta a 308 palestinos.
Também foram autorizadas as visitas de familiares originários da Faixa de Gaza (benefício que não ocorria desde 2006) e a retirada de 21 prisioneiros que estavam na solitária.
O acordo foi anunciado após uma comissão de prisioneiros palestinos se reunir com diplomatas da embaixada egípcia e Tel Aviv na prisão israelense de Shikma, na cidade de Ashkelon, no sul de Israel.
Sem julgamento
A greve de fome foi iniciada em 27 de fevereiro pelos prisioneiros Bilal Diab, de 27 anos, e Thaer Halahla, de 33. Eles foram presos há dois anos e até agora não haviam sido informados do que são acusados - tampouco levados a julgamento.
Os dois palestinos exigiam ser julgados ou libertados imediatamente. A Suprema Corte de Justiça de Israel rejeitou o apelo de Diab e Halahla contra a prisão administrativa, afirmando que "greve de fome não é motivo para revogar a medida".
Segundo as autoridades israelenses, as prisões sem julgamento são "necessárias por razões de segurança".
Analistas militares afirmam que Israel utiliza o sistema de prisões sem julgamento quando prefere não expor supostas evidências contra os suspeitos, que, por sua vez, poderiam comprometer possíveis colaboradores palestinos.
A "prisão administrativa" é uma seqüela do Mandato Britânico que controlava a região antes da fundação do Estado de Israel. O sistema jurídico israelense adotou a prática e a incorporou à legislação do país.
De acordo com a Cruz Vermelha Internacional, a situação de Diab e Halahla é "muito grave e (eles) podem morrer a qualquer momento".
Segundo ONGs de direitos humanos, ambos os prisioneiros já sofrem de sangramento e estão muito fracos, após perderem dezenas de quilos durante a greve de fome.
Outros cinco prisioneiros, que iniciaram a greve de fome há mais de 50 dias, se encontram em situação qualificada como "grave".
Intervenção
Dos 5 mil prisioneiros palestinos que se encontram atualmente nas cadeias israelenses, cerca de 2 mil aderiram à greve de fome no dia 17 de abril.
Eles exigiam o fim das prisões administrativas e melhoras das condições nas cadeias, inclusive visitas de familiares e o fim do encarceramento solitário imposto a 21 prisioneiros.
As visitas de moradores da Faixa de Gaza a parentes presos foram proibidas em 2006, após a captura do soldado israelense Gilad Shalit - que foi libertado em outubro de 2011, depois de ficar cinco anos no cativeiro.
Durante a negociação do acordo, o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza, declarou que, se algum dos prisioneiros morresse, "o esperado e o inesperado" poderia acontecer.
O Jihad Islâmico afirmou que a morte de um dos prisioneiros poderia gerar "uma terceira Intifada".
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que pediu a intervenção internacional para resolver o problema dos prisioneiros, afirmou que, se um deles morresse, a entidade iria "virar a mesa".
Mais de 100 mil palestinos já passaram pelas prisões israelenses desde a ocupação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, por Israel, em 1967. Praticamente todas as famílias palestinas têm um parente que já foi detido pelas autoridades israelenses.
A questão dos prisioneiros é considerada a mais sensível entre todas as questões envolvidas no conflito entre israelenses e palestinos, pela alta identificação emocional do público palestino com os detidos.
A principal concessão de Israel foi prometer reavaliar casos de palestinos detidos sob o regime de "prisão administrativa" - em que o prisioneiro fica detido sem julgamento e sem ser informado do que é acusado por meses ou até anos. Segundo autoridades israelenses, essa modalidade de prisão foi imposta a 308 palestinos.
Também foram autorizadas as visitas de familiares originários da Faixa de Gaza (benefício que não ocorria desde 2006) e a retirada de 21 prisioneiros que estavam na solitária.
O acordo foi anunciado após uma comissão de prisioneiros palestinos se reunir com diplomatas da embaixada egípcia e Tel Aviv na prisão israelense de Shikma, na cidade de Ashkelon, no sul de Israel.
Sem julgamento
A greve de fome foi iniciada em 27 de fevereiro pelos prisioneiros Bilal Diab, de 27 anos, e Thaer Halahla, de 33. Eles foram presos há dois anos e até agora não haviam sido informados do que são acusados - tampouco levados a julgamento.
Os dois palestinos exigiam ser julgados ou libertados imediatamente. A Suprema Corte de Justiça de Israel rejeitou o apelo de Diab e Halahla contra a prisão administrativa, afirmando que "greve de fome não é motivo para revogar a medida".
Segundo as autoridades israelenses, as prisões sem julgamento são "necessárias por razões de segurança".
Analistas militares afirmam que Israel utiliza o sistema de prisões sem julgamento quando prefere não expor supostas evidências contra os suspeitos, que, por sua vez, poderiam comprometer possíveis colaboradores palestinos.
A "prisão administrativa" é uma seqüela do Mandato Britânico que controlava a região antes da fundação do Estado de Israel. O sistema jurídico israelense adotou a prática e a incorporou à legislação do país.
De acordo com a Cruz Vermelha Internacional, a situação de Diab e Halahla é "muito grave e (eles) podem morrer a qualquer momento".
Segundo ONGs de direitos humanos, ambos os prisioneiros já sofrem de sangramento e estão muito fracos, após perderem dezenas de quilos durante a greve de fome.
Outros cinco prisioneiros, que iniciaram a greve de fome há mais de 50 dias, se encontram em situação qualificada como "grave".
Intervenção
Dos 5 mil prisioneiros palestinos que se encontram atualmente nas cadeias israelenses, cerca de 2 mil aderiram à greve de fome no dia 17 de abril.
Eles exigiam o fim das prisões administrativas e melhoras das condições nas cadeias, inclusive visitas de familiares e o fim do encarceramento solitário imposto a 21 prisioneiros.
As visitas de moradores da Faixa de Gaza a parentes presos foram proibidas em 2006, após a captura do soldado israelense Gilad Shalit - que foi libertado em outubro de 2011, depois de ficar cinco anos no cativeiro.
Durante a negociação do acordo, o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza, declarou que, se algum dos prisioneiros morresse, "o esperado e o inesperado" poderia acontecer.
O Jihad Islâmico afirmou que a morte de um dos prisioneiros poderia gerar "uma terceira Intifada".
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que pediu a intervenção internacional para resolver o problema dos prisioneiros, afirmou que, se um deles morresse, a entidade iria "virar a mesa".
Mais de 100 mil palestinos já passaram pelas prisões israelenses desde a ocupação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, por Israel, em 1967. Praticamente todas as famílias palestinas têm um parente que já foi detido pelas autoridades israelenses.
A questão dos prisioneiros é considerada a mais sensível entre todas as questões envolvidas no conflito entre israelenses e palestinos, pela alta identificação emocional do público palestino com os detidos.
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