Bangladesh: Garota que ficou sob escombros por 4 dias 'esperava a morte'
Uma garota de 21 anos que permaneceu quatro dias presa sob os escombros de um edifício que ruiu em Bangladesh disse à BBC que estava "esperando a morte" entre "a esperança e o desespero".
Mais de 380 pessoas morreram após o desabamento, na última quarta-feira, do edifício de oito andares na periferia da capital bengali, Daca. Merina Khatun trabalhava como operadora de máquina de costura de uma fábrica têxtil dentro do prédio.
"Estava no terceiro andar quando o edifício veio abaixo. De repente, o teto caiu. Estava tentando correr em direção às escadas, mas o teto caiu tão rapidamente que eu me sentei no chão perto de uma máquina pesada, que me ajudou a permanecer viva", relatou a jovem, com a voz frágil.
"Minha irmã também estava trabalhando no mesmo edifício, mas ela foi resgatada pouco após o acidente. Eu não consegui sair, e outra menina foi morta quando o edifício veio abaixo. Permaneci viva debaixo dos escombros com seu corpo morto e com outras pessoas (que também sobreviveram)."
Merina tinha uma pequena garrafa de água com ela, mas ela rapidamente acabou. Ela afirma que outras pessoas passaram tanta sede que começaram a beber a própria urina.
'Esperando a morte"
"Uma das minhs colegas, que também estava presa e que estava comigo, perdeu a razão e num determinado momento começou a me morder e a dizer: 'Me leve até o meu filho'".
"Todo o momento em que fiquei presa no edifício, estava esperando a morte. Porque não havia esperança, a situação era tão aterrorizante, eu estava entre a esperança e o desespero, entre a vida e a morte. Às vezes, era até difícil conseguir respirar."
"Eu tinha um telefone celular comigo, mas a rede não estava funcionando. Eu estava deitada e, durante os três primeiros dias, estava consciente. Mas, no quarto dia, perdi a consciência", afirma, entre lágrimas.
Indagada por que entrou no edifício na quarta-feira mesmo sabendo que ele não era seguro, Merina conta que os supervisores da fábrica haviam feito ameaças e dito que aqueles que não fossem trabalhar não seriam pagos.
"Muitos não entraram, e nós discutimos as condições do edifício com os supervisores."
Ela conta que informaram a ela e a seus colegas que o proprietário do edifício havia dito que o local havia sido inspecionado por engenheiros e que durante a inspeção não foi encontrada nenhuma causa para alarme.
'Vida de volta'
"Após ter recuperado a consciência, eu me encontrei em um hospital e pedi para ver meus pais."
"Pensei que o todo poderoso Alá havia me dado a vida de volta quando vi meus pais ao meu lado na cama do hospital."
"Eu tinha ferimentos na minha cabeça e na minha cintura, mas os médicos disseram que eu ficaria bem em breve."
Merina, que é solteira, disse que ela e sua irmã são as principais responsáveis em garantir o sustento de sua família de seis pessoas.
Quando lhe perguntam sobre seus planos para o futuro, Merina declara com firmeza: "Nunca mais trabalharei com têxteis. Vou voltar para o meu vilarejo (situado a cerca de 300 km de Daca). Sei como operar uma máquina de costura e pretendo continuar a fazer algo por conta própria."
Mais de 380 pessoas morreram após o desabamento, na última quarta-feira, do edifício de oito andares na periferia da capital bengali, Daca. Merina Khatun trabalhava como operadora de máquina de costura de uma fábrica têxtil dentro do prédio.
"Estava no terceiro andar quando o edifício veio abaixo. De repente, o teto caiu. Estava tentando correr em direção às escadas, mas o teto caiu tão rapidamente que eu me sentei no chão perto de uma máquina pesada, que me ajudou a permanecer viva", relatou a jovem, com a voz frágil.
"Minha irmã também estava trabalhando no mesmo edifício, mas ela foi resgatada pouco após o acidente. Eu não consegui sair, e outra menina foi morta quando o edifício veio abaixo. Permaneci viva debaixo dos escombros com seu corpo morto e com outras pessoas (que também sobreviveram)."
Merina tinha uma pequena garrafa de água com ela, mas ela rapidamente acabou. Ela afirma que outras pessoas passaram tanta sede que começaram a beber a própria urina.
'Esperando a morte"
"Uma das minhs colegas, que também estava presa e que estava comigo, perdeu a razão e num determinado momento começou a me morder e a dizer: 'Me leve até o meu filho'".
"Todo o momento em que fiquei presa no edifício, estava esperando a morte. Porque não havia esperança, a situação era tão aterrorizante, eu estava entre a esperança e o desespero, entre a vida e a morte. Às vezes, era até difícil conseguir respirar."
"Eu tinha um telefone celular comigo, mas a rede não estava funcionando. Eu estava deitada e, durante os três primeiros dias, estava consciente. Mas, no quarto dia, perdi a consciência", afirma, entre lágrimas.
Indagada por que entrou no edifício na quarta-feira mesmo sabendo que ele não era seguro, Merina conta que os supervisores da fábrica haviam feito ameaças e dito que aqueles que não fossem trabalhar não seriam pagos.
"Muitos não entraram, e nós discutimos as condições do edifício com os supervisores."
Ela conta que informaram a ela e a seus colegas que o proprietário do edifício havia dito que o local havia sido inspecionado por engenheiros e que durante a inspeção não foi encontrada nenhuma causa para alarme.
'Vida de volta'
"Após ter recuperado a consciência, eu me encontrei em um hospital e pedi para ver meus pais."
"Pensei que o todo poderoso Alá havia me dado a vida de volta quando vi meus pais ao meu lado na cama do hospital."
"Eu tinha ferimentos na minha cabeça e na minha cintura, mas os médicos disseram que eu ficaria bem em breve."
Merina, que é solteira, disse que ela e sua irmã são as principais responsáveis em garantir o sustento de sua família de seis pessoas.
Quando lhe perguntam sobre seus planos para o futuro, Merina declara com firmeza: "Nunca mais trabalharei com têxteis. Vou voltar para o meu vilarejo (situado a cerca de 300 km de Daca). Sei como operar uma máquina de costura e pretendo continuar a fazer algo por conta própria."
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