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EUA entram em contato com israelenses e palestinos para discutir violência

10/10/2015 20h41

O secretário de Estado americano, John Kerry, entrou em contato com israelenses e palestinos neste sábado para falam da "profunda preocupação" dos Estados Unidos devido ao aumento da violência na região.

Kerry ligou para o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, e, em seguida, para o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

A violência na região vem aumentando nas últimas semanas e, neste sábado, houve ocorrências na Faixa de Gaza, Jerusalém e Cisjordânia.

A tensão aumentou devido à questão do acesso a um local em Jerusalém Oriental considerado sagrado por judeus e muçulmanos, o complexo onde fica o Muro das Lamentações a mesquita de al-Aqsa.

Palestinos temem que Israel mude o acesso atual à mesquita, onde judeus podem visitar mas não podem rezar, algo que Israel insiste que não pretende fazer.

Nos telefonemas, Kerry "destacou a importância de manter o estado atual por palavras e obras" no local.

O secretário de Estado americano ofereceu apoio nos esforços para restaurar a calma na região. Netanyahu e Abbas jogam a culpa em lados opostos pela crescente violência.

Netanyahu "deixou claro que espera que a AP (Autoridade Palestina) pare com a apologia selvagem e falaciosa que está causando a atual onda de terrorismo", segundo a conta do primeiro-ministro israelense no Twitter.

Abbas, por sua vez, disse a Kerry que Israel deve parar com as "provocações" dos assentamentos israelenses que, segundo o gabinete do presidente da Autoridade Palestina, foram feitas com a proteção do Exército de Israel.

A violência recente fez com que o Hamas, que domina a Faixa de Gaza, falasse em uma nova intifada (ou rebelião) palestina.

Mas os confrontos ainda não chegaram à escala das intifadas anteriores, não tiveram um movimento de massa ou uma liderança clara.

Neste sábado, dois policiais israelenses mataram a tiros dois adolescentes palestinos durante confrontos perto da fronteira com a Faixa de Gaza.

Outros dois palestinos foram mortos a tiros em Jerusalém enquanto realizavam ataques com facas.

Protestos violentos ocorreram durante o funeral de um palestino que foi morto a tiros em um campo de refugiados em Jerusalém Oriental e vários foguetes foram disparados da Faixa de Gaza para Israel.

O primeiro-ministro de Israel ordenou a mobilização de centenas de policiais reservistas para tentar restaurar a segurança.