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Alemanha deve enviar policiais à Eslovênia

27/10/2015 11h13

Objetivo seria ajudar autoridades eslovenas a lidar com a grande quantidade de refugiados em suas fronteiras. Comissão Europeia critica lenta ação de países-membros da UE em meio à crise migratória.

A Alemanha planeja enviar policiais para ajudar as autoridades da Eslovênia a lidar com os refugiados em suas fronteiras, informou nesta terça-feira (27/10) o jornal alemão Mitteldeutsche Zeitung. Segundo o diário, um porta-voz do Ministério do Interior teria confirmado o plano ao afirmar que "está claro que iremos no envolver".

O ministério afirmou, então, que a Polícia Federal da Alemanha, que trabalha na vigilância de fronteiras, avalia sua participação na operação. O órgão não especificou a quantidade de policiais que deverão ser enviados, mas ressaltou que a corporação já está bastante ocupada com os controles de fronteira no próprio país, e ainda lida com um pedido para enviar 50 policiais adicionais para trabalhar sob os auspícios da Frontex - a missão europeia de patrulhamento de fronteiras - na Grécia.

O Mitteldeutsche Zeitung menciona também que o presidente do Sindicato dos Policiais da Alemanha, Jörg Radek, alertou que a polícia do país pode ser sobrecarregada. Em setembro, ele já havia dito que a polícia alemã estava operando no limite de suas capacidades.

A notícia sobre a ajuda à Eslovênia foi dada na sequência de umareunião de emergência dos líderes da União Europeia (UE), no último domingo. Nela foi traçado um plano de ajuda aos países dos Bálcãs, sobrecarregados com grande fluxo de refugiados e requerentes de asilo.

No encontro, alguns líderes europeus, incluindo os representantes da Sérvia, Macedônia e Albânia, concordaram com um plano de dezessete pontos que visa aumentar o apoio aos países dos Bálcãs que estão nas rotas dos migrantes em direção ao norte da Europa.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou após a reunião que 400 policiais serão enviados na próxima semana aos Bálcãs, enquanto a Frontex deverá receber um reforço de pessoal.

Mais de 70 mil refugiados entraram na Eslovênia após a Hungria fechar, em meados deste mês, sua fronteira com a Croácia - país que não integra o espaço Schengen. A medida fez com que os migrantes buscassem uma nova rota através do território esloveno, na tentativa de chegar aos países mais ricos da Europa, como Alemanha e Suécia.

Além disso, a Hungria restabeleceu os controles na fronteira com a Eslovênia, o que reduziu ainda mais a capacidade das autoridades eslovenas de lidar com o fluxo migratório.

As novas medidas adotadas pela UE foram tomadas em meio aos temores de que a chegada do inverno na Europa agrave ainda mais as condições dos migrantes. Juncker, porém, criticou nesta terça-feira os Estados-membros da UE, afirmando que "agem muito lentamente, numa época em que deveríamos estar correndo".

A Frontex, que havia pedido 775 profissionais para trabalhar no registro dos refugiados que chegam à Itália e à Grécia, recebeu até o momento apenas metade desse contingente. Juncker alerta que esse número não é suficiente, e que o acréscimo de pessoal e financiamentos à missão de fronteiras é essencial. Ele ressalta que a demora para agir faz com que a Europa perca "todo tipo de credibilidade".

RC/afp/rtr/dpa/ap