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Turquia promete embaixada em Jerusalém Oriental, reconhecendo a cidade como capital da Palestina

THOMAS COEX/AFP
Imagem: THOMAS COEX/AFP

17/12/2017 15h07

Depois de obter apoio de países islâmicos para palestinos, presidente turco desafia frontalmente intenções diplomáticas de Trump. Conselho de Segurança da ONU poderá barrar mudanças unilaterais no status de Jerusalém

O presidente da Turquia, Recep  Tayyip  Erdogan, declarou neste domingo (17) que seu país planeja abrir uma embaixada em Jerusalém Oriental, como capital de um futuro Estado palestino, depois de os Estados Unidos terem reconhecido a cidade como capital do Estado de Israel.

"Já declaramos Jerusalém Oriental capital do Estado palestino, mas não conseguimos abrir a nossa embaixada, porque Jerusalém está atualmente ocupada. Mas, se Deus quiser, vamos abrir nossa embaixada lá", assegurou Erdogan, num evento de seu Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP).

Na última quarta-feira, numa cúpula em Istambul, os 57 países da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) acordaram em reconhecer Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado palestino, convidando o resto do mundo a fazer o mesmo.

Egito apela na ONU contra decisão de Trump

O governo turco conservador islâmico está entre as vozes mais críticas ante o anúncio, feito em 6 de dezembro pelo presidente norte-americano, Donald Trump, de que reconheceria Jerusalém como capital de Israel e transferiria para lá a embaixada dos EUA no país, atualmente situada em Telavive. Erdogan acusa Washington de violar acordos internacionais e de incendiar todo o Oriente Médio com a decisão.

No entanto, segundo notícia divulgada neste sábado, o Conselho de Segurança das Nações Unidas estaria considerando votar um esboço de resolução, apresentado há alguns dias, declarando ilegais e anulando quaisquer mudanças unilaterais no status de Jerusalém.

Sem citar especificamente os EUA, o texto proposto pelo Egito representa um significativo rechaço, pela comunidade internacional, da decisão de Trump de transferir a embaixada americana para a Cidade Santa. A resolução poderá ser votada já nesta segunda-feira.

Israel ocupa Jerusalém Oriental desde 1967, e em 1980 anexou essa zona e proclamou a cidade sua capital indivisa. A comunidade internacional nunca reconheceu Jerusalém como capital israelense, nem a anexação de sua parte oriental.

Os países com representação diplomática em Israel mantêm as embaixadas em Telavive, em conformidade com as resoluções das Nações Unidas de que o status de Jerusalém terá de ser definido no âmbito de negociações israelo-palestinas. Os palestinos aspiram fazer de Jerusalém Oriental a capital de seu futuro Estado.
 

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AFP