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"Sentimos que o vagão subia no outro", diz ferido do acidente na Argentina

Em Buenos Aires

22/02/2012 16h16

Um dos feridos da tragédia ferroviária que sacudiu a Argentina na manhã desta quarta-feira e deixou pelo menos 49 mortos, entre eles um menor de idade, e 600 feridos, relatou que os passageiros sentiam "que o vagão subia em cima do outro".

"Estávamos nos preparando para descer porque o trem estava diminuindo a velocidade, mas sentimos que ele freou bruscamente e o segundo vagão parecia subir sobre o primeiro. As pessoas que estavam em cima ficaram presas", explicou o passageiro, que se identificou apenas como Marcelo.

"Graças a Deus sobrevivi para contar", acrescentou Marcelo, passageiro do primeiro dos oito vagões que compunham o comboio acidentado.

"Estava parado, de pé, e todos caíram. Estavam todos desesperados e querendo sair, porém, não conseguiam. Foi como um terremoto", relatou outro passageiro que também presenciou o fato.

O acidente, considerada a segunda maior tragédia ferroviária da Argentina, aconteceu quando um trem, que transportava entre 800 e mil passageiros, não conseguiu frear a tempo e se chocou contra o sistema de amortecimento da plataforma da estação de Once, uma das mais populosas de Buenos Aires.

As imagens captadas pelas câmeras da estação mostram como, após o choque, o segundo vagão se sobrepôs ao primeiro e aprisionou dezenas de pessoas.


Os feridos, em sua maioria com contusões, fraturas, problemas respiratórios e cortes, foram resgatados pelas equipes de socorros e transferidos, em ambulâncias e helicópteros, para diferentes hospitais da cidade.

Os hospitais ficaram sob estado de alerta e suspenderam as demais consultas para atender os feridos do acidente.

"Estou procurando meu irmão. Ele pegou o trem para ir para o trabalho e, até agora, não chegou. Não sabemos onde está", chorava a irmã de um passageiro, que utilizou as câmaras de televisão locais para tentar descobrir o paradeiro de seu irmão.

O acidente desta quarta-feira é a segunda maior tragédia ferroviária da Argentina após a ocorrida em 1970, que resultou na morte de 200 pessoas.