Ex-padre gay argentino escreve carta ao papa Francisco
Buenos Aires, 30 jul (EFE).- Um ex-padre argentino gay, que aposentou o hábito após confessar sua orientação sexual, escreveu uma carta ao papa Francisco em que o pediu para se adaptar "aos novos paradigmas do mundo contemporâneo" depois que o pontífice disse que não julga os homossexuais.
Andrés Gioeni, que trocou o sacerdócio pelo trabalho de ator e escritor, comemorou "o ar fresco" que a chegada de Francisco ao Vaticano representou, mas advertiu "que há um longo caminho a percorrer".
"Já fui sacerdote católico, pastor, partilhei desse ímpeto missionário e dessa necessidade de reivindicação de abertura eclesial. Até que decidi seguir outro caminho quando descobri minha própria tendência homossexual e admitir minha impossibilidade de exercer o ministério pastoral em celibato", admitiu Gioeni na carta, publicada em sua conta do Facebook.
"Atrevo-me a me tornar porta-voz de uma grande quantidade de pessoas que pertencem à comunidade homossexual. E simplesmente, com humildade, pedir encarecidamente que incentive, estimule, promova e acompanhe um maior aprofundamento na Teologia moral sexual sobre o lugar e a experiência da pessoa homossexual", solicitou o ex-padre, que explicou que se sente "feliz e realizado" após passar dez anos vivendo com um parceiro.
Gioeni deixou claro que não pretende que o novo pontífice renuncie à doutrina eclesiástica mas "a ajude a continuar crescendo e se adequando aos novos paradigmas do mundo contemporâneo que nos desafiam a encontrar novas respostas".
"De verdade, o amor de duas pessoas, sendo do mesmo sexo, não demonstra nem reflete nada do amor de Deus?", questionou o ator, que perguntou também se "a Igreja com seus silêncios vai permitir que continuem se estigmatizando tantos jovens em tantos países onde continuam sendo assassinados somente por sua tendência".
O argentino concluiu pedindo a Francisco que ajude a comunidade homossexual a descobrir por onde pode "transitar pela fé" sem renunciar a sua "experiência de amor".
Durante uma entrevista coletiva a bordo do avião de volta a Roma do Rio de Janeiro, o papa afirmou ontem, segunda-feira, que não julga os homossexuais.
"Se uma pessoa é gay, busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la? O catecismo da Igreja Católica explica e diz que não se devem marginalizar essas pessoas e que devem ser integradas à sociedade", disse Francisco.
Andrés Gioeni, que trocou o sacerdócio pelo trabalho de ator e escritor, comemorou "o ar fresco" que a chegada de Francisco ao Vaticano representou, mas advertiu "que há um longo caminho a percorrer".
"Já fui sacerdote católico, pastor, partilhei desse ímpeto missionário e dessa necessidade de reivindicação de abertura eclesial. Até que decidi seguir outro caminho quando descobri minha própria tendência homossexual e admitir minha impossibilidade de exercer o ministério pastoral em celibato", admitiu Gioeni na carta, publicada em sua conta do Facebook.
"Atrevo-me a me tornar porta-voz de uma grande quantidade de pessoas que pertencem à comunidade homossexual. E simplesmente, com humildade, pedir encarecidamente que incentive, estimule, promova e acompanhe um maior aprofundamento na Teologia moral sexual sobre o lugar e a experiência da pessoa homossexual", solicitou o ex-padre, que explicou que se sente "feliz e realizado" após passar dez anos vivendo com um parceiro.
Gioeni deixou claro que não pretende que o novo pontífice renuncie à doutrina eclesiástica mas "a ajude a continuar crescendo e se adequando aos novos paradigmas do mundo contemporâneo que nos desafiam a encontrar novas respostas".
"De verdade, o amor de duas pessoas, sendo do mesmo sexo, não demonstra nem reflete nada do amor de Deus?", questionou o ator, que perguntou também se "a Igreja com seus silêncios vai permitir que continuem se estigmatizando tantos jovens em tantos países onde continuam sendo assassinados somente por sua tendência".
O argentino concluiu pedindo a Francisco que ajude a comunidade homossexual a descobrir por onde pode "transitar pela fé" sem renunciar a sua "experiência de amor".
Durante uma entrevista coletiva a bordo do avião de volta a Roma do Rio de Janeiro, o papa afirmou ontem, segunda-feira, que não julga os homossexuais.
"Se uma pessoa é gay, busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la? O catecismo da Igreja Católica explica e diz que não se devem marginalizar essas pessoas e que devem ser integradas à sociedade", disse Francisco.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.