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Bangladesh já conta 660 mortos em desabamento

06/05/2013 11h49

Nova Délhi, 6 mai (EFE).- A Polícia de Bangladesh atualizou nesta segunda-feira para 660 o número de mortos no desabamento de um complexo têxtil nos arredores da capital, Daca, ocorrido no dia 24 de abril.

Um porta-voz da Polícia local confirmou o número de vítimas fatais à agência estatal "BSS", após assegurar que as equipes de resgate retiraram 27 corpos dos escombros nas últimas horas.

O acidente, a maior tragédia industrial da história do país asiático, também feriu 2.437 pessoas que se encontravam no imóvel de nove andares, situado na cidade de Savar.

Um número indeterminado de trabalhadores continua em paradeiro desconhecido, provavelmente debaixo da enorme massa de escombros que o Exército e outros serviços públicos trabalham para retirar há quase duas semanas.

A Associação de Fabricantes de Roupa e Exportadores de Bangladesh (BGMEA, na sigla em inglês) informou que 3.122 pessoas trabalhavam nas cinco fábricas têxteis localizadas no interior do edifício, mas esse balanço foi atualizado pela última vez no final de 2012.

Outras fontes, no entanto, elevaram o número de trabalhadores a 4 mil, como a Federação Nacional de Trabalhadores do Setor Têxtil de Bangladesh (NGWF).

Quando o edifício ruiu, os empregados do setor têxtil que estavam em seu interior haviam sido obrigados a trabalhar, apesar de a Polícia ter advertido, um dia antes da tragédia, sobre a existência de rachaduras nas paredes.

As autoridades apontaram como causas da tragédia quatro geradores situados no teto do imóvel, a maquinaria industrial usada em seu interior e a baixa qualidade dos materiais do edifício.

O desastre de Savar comoveu Bangladesh e evidenciou as más condições trabalhistas e de segurança em que trabalham os empregados das fábricas têxteis no país asiático, que abastece várias multinacionais ocidentais.

O dono do imóvel - ligado ao partido governante em Bangladesh - foi preso, assim como vários proprietários de oficinas têxteis e engenheiros municipais. Um empresário espanhol, David Mayor, está sob ordem de busca e detenção.

As companhias internacionais Primark, El Corte Inglés, Bon Marche e Joe Fresh confirmaram produzir peças em algumas das empresas locais envolvidas no acidente, e outras, como a Mango, tinham feito pedidos de testes nas oficinas.