Presidente sul-coreana pede perdão por naufrágio de balsa
A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, ofereceu nesta terça-feira (29) suas desculpas pelo naufrágio da embarcação Sewol, que deixou 302 mortos e desaparecidos, e reconheceu que o governo não foi capaz de prevenir o desastre e falhou em sua resposta inicial.
"Peço desculpas às pessoas. Estou muito abalada pela perda de tantas vidas valiosas", afirmou durante uma reunião com seu gabinete, depois que várias vozes críticas pediram nos últimos dias que a presidente fizesse "mea culpa" pelo gerenciamento do acidente ocorrido na quarta-feira passada, dia 16 de abril.
Park pediu perdão "pela incapacidade de prevenir o acidente e a resposta inicial insuficiente" de seu governo, deficiências que ficaram em evidência nos dias posteriores ao ocorrido.
O naufrágio do Sewol provocou uma onda de críticas ao governo, que resultaram na renúncia do primeiro-ministro no último domingo, enquanto muitos acusaram a chefe de Estado de não assumir pessoalmente sua responsabilidade pela tragédia.
Park também prometeu hoje criar uma agência governamental, encarregada de prevenir e gerenciar desastres sob a responsabilidade direta do primeiro-ministro.
Horas antes, Park Geun-hye visitou o altar fúnebre que foi instalado na cidade de Ansan, a 30 quilômetros ao sudoeste de Seul, onde 260 alunos e professores de um instituto local estão entre os mortos e desaparecidos do naufrágio.
Vestida de negro, a presidente fez uma oferenda de incensos e prestou reverência em frente aos retratos dos mortos, no altar instalado em um auditório que estava cheio de familiares das vítimas e de pessoas que viajaram de diferentes lugares do país para oferecer suas condolências.
Alguns dos familiares expressaram sua raiva e sua indignação com a chefe de Estado, segundo a agência "Yonhap".
"Por favor, prometa que isso não vai mais acontecer", exigiu o pai de uma das vítimas à presidente, que aceitou imediatamente o pedido.
"Garantirei que estes sacrifícios não tenham sido em vão", afirmou a presidente, que prometeu aos presentes "construir um país seguro".
Os estudantes mortos do instituto Danwon, com entre 16 e 17 anos, realizavam uma viagem escolar à ilha de Jeju quando a balsa virou no litoral sudoeste do país.
Hoje, continuam os trabalhos de resgate no barco afundado e já são 193 os corpos resgatados desde o acidente, em um momento no qual já não há mais esperanças de se encontrar sobreviventes.
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