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Obama anuncia plano para reforçar presença militar dos EUA no leste da Europa

Em Varsóvia

03/06/2014 10h33

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta terça-feira (3) em Varsóvia um plano para aumentar a presença militar americana no leste da Europa, declaração que chega em um contexto marcado pela crise da Ucrânia, as tensões com a Rússia e o temor de países como a Polônia de um expansionismo russo na região.

Em entrevista coletiva na capital polonesa, Obama explicou que solicitou ao Congresso de seu país que autorize um desembolso de US$ 1 bilhão, que servirá para financiar a chamada "Iniciativa para o reforço da Europa".

O plano prevê o reforço da presença militar em territórios aliados como Polônia e as repúblicas bálticas (Lituânia, Letônia e Estônia), mas também exercícios militares com os exércitos de ex-repúblicas soviéticas como Moldávia, Geórgia e a própria Ucrânia, países que há anos buscam estreitar laços com a Otan e a União Europeia (UE).

De fato, um dos principais objetivos da iniciativa é impulsionar a capacidade militar dos países não membros da Otan que ficam na fronteira com a Rússia.


Segundo a Casa Branca explicou em um comunicado, o plano não será financiado "às custas de outras prioridades de defesa, como o compromisso americano com o reequilíbrio da região Ásia-Pacífico".

Em abril, os Estados Unidos já enviaram 150 militares para a Polônia para exercícios militares, embora o governo local tenha solicitado uma presença maior da Otan diante do temor histórico do "expansionismo" russo.

Obama ressaltou que a presença atualmente de 600 soldados dos Estados Unidos na Polônia e nos estados bálticos "possibilita" uma maior participação dos Estados Unidos na região.

Segundo o presidente, esta presença procura principalmente melhorar as instalações técnicas para poder responder a possíveis ameaças à Aliança nesta região da Europa.

O presidente dos Estados Unidos também pediu a cada um dos aliados da Otan gestos que reforcem suas políticas de defesa, e destacou a liderança da Polônia, um dos países que mais apoiou a mudança de governo na Ucrânia, e elogiou seu "grande investimento em segurança".

O presidente da Polônia, Bronislaw Komorowski, anunciou que aumentará a despesa militar de seu país até alcançar 2% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, o que representará a compra de novos armamentos e a modernização das Forças Armadas.

Komorowski lembrou que "não há países de segunda categoria na Otan", onde a Rússia teria que dar seu sinal verde para o estabelecimento de tropas americanas, em referência aos protestos de Moscou diante do fortalecimento da Aliança na região ex-comunista.

"O aumento da presença das forças armadas dos Estados Unidos na Europa do Leste é necessário para dissuadir políticas de pressão e agressões dos vizinhos poloneses do Leste", disse Komorowski, em clara referência aos eventos acontecidos na Ucrânia nas últimas semanas.