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Parlamento tailandês elege chefe da junta militar como primeiro-ministro

21/08/2014 02h43

Bangcoc, 21 ago (EFE).- O parlamento não eleito da Tailândia elegeu nesta quinta-feira como primeiro-ministro o general Prayuth Chan-ocha, chefe da junta militar que tomou o poder em um violento golpe de Estado em 22 de maio.

Prayuth, de 60 anos, foi nomeado com 191 votos a favor, três abstenções e nenhum contra na câmara constituída no início de agosto com mais da metade de suas cadeiras ocupadas por militares da ativa ou da reserva.

Três deputados não participaram da sessão que entregou as rédeas do executivo a Prayuth, que também é chefe do exército.

Entre os membros da assembleia estão Preecha Chan-ocha, irmão do chefe da junta militar, Prayuth Chan-ocha, e Patcharawat Wongsuwan, irmão de Prawit Wongsuwan, outro líderes do golpe de estado do 22 de maio.

O primeiro-ministro deve nomear um governo interino em setembro que, segundo a imprensa local, incluiria os principais dirigentes da junta militar.

Entre eles, estão Anupong Paochinda, antecessor de Prayuth como chefe do exército, que seria nomeado vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa, e o comandante supremo das Forças Armadas, Tanasak Patimapragorn, que assumiria Relações Exteriores.

O novo parlamento foi aprovado em julho, uma semana depois de entrasse em vigor a Constituição interina na qual os golpistas se outorgam todo o poder para criar uma "democracia genuína", além de garantirem para si mesmos uma anistia.

A junta militar pretende realizar uma série de reformas políticas, sociais e econômicas que, anunciaram, culminarão em outubro de 2015 com a convocação de eleições parlamentares livres e justas.

A Tailândia sofreu 12 golpes de Estado e sete tentativas desde o estabelecimento da democracia, em 1932.

O último levante é fruto da grave crise política que arrastava o país desde o golpe militar que derrubou o primeiro- ministro Thaksin Shinawatra em 2006 e que se traduziu nos anos seguintes em grandes manifestações contra o governo.

A União Europeia e Estados Unidos pediram às autoridades tailandesas que restaurem o mais rápido possível a legalidade democrática de suas instituições.