Topo

Foro de São Paulo quer integração regional perante Aliança do Pacífico

29/08/2014 18h01

La Paz, 29 ago (EFE).- O Foro de São Paulo decidiu nesta sexta-feira na Bolívia trabalhar no fortalecimento dos blocos de integração regional para enfrentar o que considera um plano dos Estados Unidos para "apoderar-se da América Latina" por meio das nações que formam a Aliança do Pacífico.

Esta decisão foi antecipada em declarações aos meios de comunicação pelo militante do partido boliviano Movimento Ao Socialismo (MAS), Hugo Moldiz, um dos organizadores do encontro, que reúne pela primeira vez na Bolívia mais de 100 partidos de esquerda da América Latina.

Na 20ª reunião do Foro se aprovou "fortalecer os mecanismos alternativos de integração e os foros políticos Unasul, Celac e Alba, em contraposição ao projeto americano de voltar a apoderar-se da América Latina, já não com a Alca (Área de Livre-Comércio das Américas), mas com a Aliança do Pacífico", disse Moldiz.

O Foro também resolveu realizar sua reunião de 2015 no México, país que forma a Aliança do Pacífico junto com Colômbia, Chile e Peru.

Além disso, acrescentou Moldiz, o Foro pôs em "evidência que os Estados Unidos levam adiante formas não convencionais de intervenção na América Latina à margem dos golpes de Estado, que não é que (tenham parado) porque se viram os casos de Honduras e Paraguai".

Segundo o organizador, a intervenção "não convencional" dos EUA está relacionada agora com a "guerra midiática e os ataques cibernéticos" para gerar conflitos entre os países da América Latina.

O Foro também destaca "o avanço da esquerda latino-americana" no contexto de "um contraofensiva dos EUA, não só na América Latina, mas em outras partes do mundo".

Da mesma forma, em uma resolução "histórica", o Foro decidiu respaldar "uma saída com soberania" da Bolívia ao mar, decisão que se assumiu em consenso com partidos da esquerda chilena, acrescentou Moldiz.

A decisão se refere à centenária reivindicação boliviana colocada contra o Chile de conseguir a restituição do acesso ao mar perdido em uma guerra de 1879, que derivou em um julgamento iniciado por La Paz na Corte Internacional de Justiça de Haia contra Santiago.

O Foro debaterá antes de seu encerramento uma resolução de solidariedade com a Argentina pelo litígio da dívida nos EUA e outra com o Estado palestino após a crise vivida com Israel nas últimas semanas.