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Obama expressa "tristeza" e "indignação" por tiroteio em igreja

18/06/2015 15h20

Washington, 18 jun (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, expressou nesta quinta-feira sua profunda "tristeza" e "indignação" pelo tiroteio em uma igreja metodista da comunidade negra de Charleston, na Carolina do Sul, que deixou nove pessoas mortas.

"Tive que fazer declarações como esta muitas vezes", disse o presidente, que compareceu ao lado do vice, Joseph Biden, na sala de imprensa da Casa Branca, visivelmente abalado, em referência ao tiroteio, ocorrido na noite da quarta-feira contra a Igreja Africana Metodista Episcopal (AME) Emanuel, enquanto um grupo participava da leitura de textos bíblicos.

O suposto autor do tiroteio, um jovem branco, de 21 anos, identificado como Dylann Roof, foi detido esta manhã na cidade de Shelby, no estado vizinho da Carolina do Norte.

De acordo com Obama, é preciso aguardar o fim das investigações para saber os motivos do ataque. Ele ressaltou que o Departamento de Justiça determinará se foi um "crime de ódio", como acredita a polícia de Charleston.

O presidente americano lembrou que "não é a primeira vez" que igrejas da comunidade negra são atacadas e este novo fato volta a gerar perguntas sobre uma "parte obscura" da história dos Estados Unidos.

"O que sabemos, mais uma vez, é que pessoas inocentes foram assassinadas, em parte, porque alguém que queria prejudicar não teve problemas para conseguir uma arma", enfatizou.

Segundo a imprensa americana, Dylann Roof ganhou a arma de seu pai como presente de aniversário em abril deste ano.

"Sejamos claros. Em algum momento, como país, teremos que considerar o fato de que este tipo de violência em massa não acontece em outras nações avançadas com esta frequência. Está em nossas mãos fazer algo a respeito", disse Obama, que reconheceu que uma das maiores frustrações de seu governo é o fracasso de seus esforços para conseguir um maior controle na venda e posse de armas no país.

As vítimas são seis mulheres e três homens, sendo um deles o pastor da igreja e senador democrata estadual Clementa Pinckney.

Sylvia Johnson, prima do religioso, contou à rede "NBC" que conversou com um sobrevivente e disse que antes de atirar o homem gritou frases racistas.

"Tenho que fazer isso. Vocês estupraram as nossas mulheres e estão tomando nosso país", disse o ele às vítimas, de acordo com o relato do sobrevivente narrado Sylvia.