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Capturado no México homem-chave no desaparecimento de 43 estudantes

EFE
Imagem: EFE

Na Cidade do México

17/09/2015 16h02

As forças de segurança mexicanas prenderam nas últimas horas Gildardo López Astudillo, suposto membro do cartel Guerreros Unidos que teve um papel-chave no desaparecimento dos 43 estudantes de Ayotzinapa há quase um ano, confirmaram nesta quinta-feira (17) fontes oficiais.

Uma fonte da Secretaria de Governo disse à Agência Efe que Gildardo, conhecido como "Gil", foi detido na cidade de Taxco, no Estado de Guerrero, no sul do país.

Os detalhes da captura, acrescentou a fonte, serão divulgados pelo titular da Comissão Nacional de Segurança, Renato Sales, em um pronunciamento à imprensa anunciado para as 17h locais (19h em Brasília).

Segundo a versão oficial, um grupo de policiais corruptos que recebia dinheiro dos Guerreros Unidos disparou contra dezenas de estudantes em Iguala por ordens do então prefeito, José Luis Abarca, supostamente para evitar que eles protestassem em um ato oficial.

Seis pessoas morreram, incluindo três alunos da Escola Normal de Ayotzinapa, e 43 jovens foram detidos pelos agentes. Eles foram entregues aos membros do cartel, que os executaram e queimaram em um aterro.

O líder dos Guerreros Unidos, Sidronio Casarrubias, preso em outubro do ano passado, disse às autoridades que "Gil" o informou naquela noite, através de uma mensagem de texto no celular, de um enfrentamento em Iguala, mas o atribuiu ao grupo rival Os Vermelhos.

Por isso, Casarrubias ordenou o desaparecimento dos jovens para defender o território do cartel, uma instrução que foi transmitida por "Gil" a Felipe Rodríguez Salgado, conhecido como "Escova", detido pelas autoridades em janeiro.

A versão da Procuradoria-Geral da República (PRG) sustenta que "Escova" recebeu os jovens das mãos dos policias corruptos em um lugar conhecido como Lombada do Coiote. Depois, ele os levou até o aterro sanitário da cidade de Cocula, onde foram assassinados e incinerados.

"Escova" disse à PGR que dormiu na noite do crime na casa de Astudillo e, no dia seguinte, por ordens dele, voltou ao aterro para recolher as cinzas e jogá-las em sacos de lixo no rio San Juan.

Em um recente relatório, especialistas da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) que investigaram o caso durante seis meses questionaram a hipótese de os corpos dos jovens terem sido queimados no aterro.

Além disso, eles apontaram como possível motivo do crime o fato de os jovens terem tomado um ônibus que carregavam drogas que pertenciam aos Guerreros Unidos.