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Pais dos 43 estudantes desaparecidos no México iniciam greve fome

Os familiares dos estudantes desaparecidos contestam a tese de que eles teriam sido detidos por policiais corruptos, entregues a criminosos do cartel Guerreros Unidos, e incinerarados em um lixão - Henry Romero/Reuters
Os familiares dos estudantes desaparecidos contestam a tese de que eles teriam sido detidos por policiais corruptos, entregues a criminosos do cartel Guerreros Unidos, e incinerarados em um lixão Imagem: Henry Romero/Reuters

Da Efe, na Cidade do México

24/09/2015 03h12

Familiares dos 43 estudantes de magistério que estão desaparecidos há quase um ano no México iniciaram nesta quarta-feira uma greve de fome para lembrá-los, como parte das atividades do aniversário de seu desaparecimento e horas antes de se reunirem com o presidente do país, Enrique Peña Nieto.

"Cada hora representa a busca constante de cada um dos estudantes", disse à Agência Efe o advogado das famílias, Vidulfo Rosales, que, a pedido dos mesmos, se juntou ao protesto.

Por volta das 19h locais (21h de Brasília), cerca de 50 pessoas iniciaram no Zócalo, a praça principal da Cidade do México, a greve de fome de 43 horas que terminará na próxima sexta-feira, um dia antes da grande marcha de aniversário do desaparecimento, que aconteceu em 26 de setembro de 2014.

Abrigados em barracas instaladas ao lado da Catedral Metropolitana, os familiares farão o jejum acompanhados de integrantes de organizações civis e amigos dos jovens desaparecidos, que também participaram hoje nas atividades de protesto.

Às 13h locais desta quinta-feira (15h de Brasília) os pais serão recebidos pelo presidente Peña Nieto, em um encontro que estava programado para a residência oficial, mas que será realizado no Museu Tecnológico da cidade.

Lá, segundo Rosales, os familiares farão uma série de pedidos ao presidente, com ênfase "na justiça e no relatório dos especialistas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH)".

No próximo sábado completará um ano do desaparecimento dos 43 jovens, que, segundo a versão da Procuradoria Geral da República do México, foram detidos por policiais corruptos do município de Iguala, no estado de Guerrero, e entregues aos criminosos do cartel Guerreros Unidos, que supostamente os assassinaram e incineraram seus corpos em um lixão do município vizinho de Cocula.

Essa versão foi questionada no início deste mês pelo grupo de especialistas independentes designados pela CIDH, que, após seis meses de investigações, concluíram que não há evidências para assegurar que os jovens foram queimados nesse lixão.Para o próximo sábado, os familiares convocaram a sociedade mexicana a participar da grande marcha do aniversário que será realizada na capital para lembrar a todos que seus filhos continuam desaparecidos.