Topo

Menino de 5 anos perde mãe e avó em atentado, mas consegue fugir

Elsa Delplace San Martín, 35, morreu no ataque ao Bataclan, mas seu filho Louis, 5, conseguiu fugir. A avó do menino, Patricia San Martín, 61, também morreu - Facebook/Reprodução
Elsa Delplace San Martín, 35, morreu no ataque ao Bataclan, mas seu filho Louis, 5, conseguiu fugir. A avó do menino, Patricia San Martín, 61, também morreu Imagem: Facebook/Reprodução

Em Santiago do Chile

15/11/2015 13h24

O filho de cinco anos de Elsa Veronique Delplace San Martín, uma das chilenas que está entre as vítimas dos atentados ocorridos na sexta-feira em Paris, conseguiu fugir da sala de concertos Bataclan, principal alvo dos terroristas.

Louis se escondeu ao escutar os disparos e conseguiu escapar do local onde estava acompanhado da mãe, de 35 anos, e da avó, Patricia San Martín, de 61 anos, que acabaram não tendo a mesma sorte.

"Ele, segundo nos contaram, ao escutar os disparos, se escondeu e depois escapou", explicou a irmã de Patricia, María Eliana San Martín, em declarações à rádio "Mercúrio".

"Foi encontrado na rua por uma mulher. Está a salvo, ileso, mas sem sua mãe nem sua avó", acrescentou María Eliana, que ontem se reuniu com seus outros dois irmãos para viajar à França.

Patricia e Elsa são duas das três vítimas chilenas que morreram nos atentados contra a casa de shows Bataclan, segundo informações confirmadas ontem pelo Ministério das Relações Exteriores do Chile.

O músico chileno Luis Felipe Zschoche Vale, de 35 anos e radicado em Paris, é o terceiro cidadão do país morto pelos terroristas nos ataques contra a capital francesa.

David Fritz, nascido em Pucón, no sul do Chile, que também estava no interior do Bataclan durante os ataques sobreviveu após permanecer várias horas como refém dos terroristas.

"Eles não pensavam em me deixar vivo, mas não tiveram tempo de me matar porque os policiais chegaram", disse Fritz à imprensa local.

"Apontaram pra mim com uma metralhadora. Me perguntaram de onde eu era, qual era meu trabalho", comentou o Fritz, que atua como barmen em um restaurante parisiense.

"Sempre ficava uma pessoa conosco, outro dava voltas. Quando tinham passado 30 minutos, um disse: 'Precisamos chamar um negociador'. Era como se fosse um filme", recordou o sobrevivente.

Fritz foi mantido refém junto a outros dois amigos e só conseguiu falar com sua família quase seis horas depois do ataque, quando as imagens dos atentados já dominavam a imprensa mundial.

"Momentos depois, quando confirmamos que ele estava dentro do local, soubemos que era mantido refém junto com uma amiga e um amigo", relatou a mãe do chileno, Ximena Geoppinger, através de um vídeo publicado pela imprensa local.

"Houve uma explosão perto da porta. Era a Polícia. Fizeram a gente caminhar em direção a eles. Nós estávamos no meio: os policiais em um lado e os terroristas do outro. Para mim foi tudo muito rápido, tudo ocorreu em cinco segundos", disse Fritz.