PF cita 6 núcleos em inquérito que implica Bolsonaro em tentativa de golpe
A Polícia Federal apontou seis núcleos de atuação no inquérito que encaminhou ao STF e à PGR (Procuradoria-Geral da República) em que implica o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma tentativa de golpe de Estado.
O que aconteceu
A PF concluiu investigação que apurou golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Relatório final foi encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal) com o indiciamento de 37 integrantes da organização criminosa, incluindo Bolsonaro.
As provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos. Houve quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário.
"As investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes grupos:
a) Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
b) Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
c) Núcleo Jurídico;
d) Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
e) Núcleo de Inteligência Paralela;
f) Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas."
Entenda o indiciamento
A PF indiciou nesta quinta-feira (21) 37 pessoas. Estão na lista o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o general Braga Netto (PL) sob suspeita dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Pela primeira vez, um presidente eleito no período democrático é indiciado como responsável por tramar contra a democracia no país. A reportagem tenta contato com a defesa de Bolsonaro e Braga Netto.
Próximo passo é o STF encaminhar o relatório à PGR. A partir de agora, o ministro Alexandre de Moraes deve enviar o relatório da PF à Procuradoria-Geral da República, que vai analisar tudo o que foi levantado pela corporação e decidir se denuncia ou não os envolvidos.
A expectativa é que o procurador-geral, Paulo Gonet, só apresente a denúncia no ano que vem. Isso se deve ao grande volume de informações do inquérito e à complexidade do caso.
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