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Eleitores de Burkina Fasso começam a votar para concluir transição

29/11/2015 08h48

Ouagadougou, 29 nov (EFE).- Os cidadãos de Burkina Fasso começam a votar neste domingo para escolher seu próximo presidente e renovar seu parlamento, em um pleito convocado para concluir a transição à democracia iniciada há um ano com a derrocada popular de seu presidente e superar o recente golpe de Estado.

Cerca de 5,5 milhões cidadãos estão aptos a comparecer aos 17.878 colégios eleitorais nos quais poderão escolher um dos 14 candidatos a presidente, todos eles com promessas de concretizar a mudança que começou com violentos protestos nas ruas.

"Estou feliz de votar nestas eleições históricas porque quero que o presidente em que votei se concentre na saúde, no emprego e na educação", disse à Agência Efe Abdoulaye Sawadogo, um engenheiro de 50 anos em um colégio eleitoral de Tampouy, no norte da capital Ouagadougou.

"Espero que o presidente não me decepcione", acrescentou.

O próximo chefe de Estado só poderá governar durante dois mandatos de cinco anos, de acordo com a Constituição que o ex-presidente Blaise Compaoré tentou modificar para perpetuar-se no poder, antes que fosse derrubado por um levante popular em outubro de 2014.

Os burquinenses elegerão também 127 deputados que se apresentam por partidos políticos e 18 grupos independentes de entre 7.058 candidatos.

As eleições estavam inicialmente marcadas para 11 de outubro, mas um curto golpe de Estado realizado por uma facção do exército, a guarda presidencial, causou o adiamento do pleito.

A pressão do exército e as intensas negociações de países como Senegal e Benin, respaldados por Estados Unidos e França, conseguiram que os golpistas desistissem de sua intenção de reter o poder até as eleições e aceitassem restaurar o governo civil, que finalmente voltou a convocar eleições para a jornada de hoje.

"As eleições trazem muita esperança ao povo deste país. Com democracia, ninguém poderá nos enganar outra vez", disse Tiama Gasse, uma eleitora de Tampouy.

Um dispositivo de 25.000 agentes foi preparado para garantir a segurança de eleições decisivas para este agitado país africano, que sofreu seis golpes de Estado no último meio século.