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Papa lamenta sobre falta de responsabilidade com o destino dos refugiados

Francisco caminha durante procissão de Domingo de Ramos na praça de São Pedro - Alessandra Tarantino/AP
Francisco caminha durante procissão de Domingo de Ramos na praça de São Pedro Imagem: Alessandra Tarantino/AP

Na Cidade do Vaticano

20/03/2016 08h13

O papa Francisco lamentou, neste domingo (20), que haja tanta gente que não queira "assumir a responsabilidade" do destino dos refugiados. O pronunciamento foi feito durante a homilia na Praça de São Pedro neste Domingo de Ramos.

No discurso, o papa lembrou que, no caminho à cruz, Jesus de Nazaré "experimenta, em sua própria pele, também a indiferença, pois ninguém quer assumir a responsabilidade de seu destino". "Penso em tantos marginalizados, em tantos refugiados... e também em tantos que não querem assumir a responsabilidade de seu destino", disse Francisco.

Semana Santa

O papa inaugurou hoje os ritos da Semana Santa com a Procissão de Ramos e a posterior missa do Domingo de Ramos, na Praça de São Pedro do Vaticano.

Perante os milhares de fiéis que estavam presentes, Francisco lembrou como, quando Jesus de Nazaré entrou em Jerusalém, "a multidão" o acolheu com "entusiasmo, agitando as mãos e os ramos de oliveira" e aos grito de "Bendito o que vem em nome do Senhor!". Mas também se referiu à posterior "humilhação" que sofreu durante a Paixão, à qual seguiu a Morte e a Ressurreição.

"A humilhação sofrida por Jesus chega ao extremo na Paixão: é vendido por 30 moedas e traído por um beijo de um discípulo que ele havia eleito e chamado amigo. Quase todos os outros fogem e o abandonam", sustentou.

Francisco lembrou como "sofreu no corpo violências atrozes, os golpes, as chicotadas e a coroa de espinhos desfiguram seu aspecto tornando-o irreconhecível".

Nesta jornada, que representa o início da festa cristã, Francisco pediu aos presentes que lembrem sempre que Jesus salvou os homens "dos laços do pecado, da morte, do medo e da tristeza" e que "renunciou à glória de Filho de Deus e se transformou em Filho do homem, para ser em todo solidário" com os homens "pecadores".

Por isso, apontou, os fiéis católicos estão chamados "a escolher seu caminho: o caminho do serviço, da doação, do esquecimento de um mesmo" para assim "aprender o amor humilde, que salva e dá a vida, para renunciar ao egoísmo, à busca do poder e da fama".