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Rússia conclui fornecimento de mísseis antiaéreos S-300 ao Irã

13/10/2016 10h00

Moscou, 13 out (EFE).- A Rússia anunciou nesta quinta-feira que concluiu o fornecimento dos sistemas de mísseis antiaéreos S-300 ao Irã, um contrato muito criticado por Estados Unidos, Israel e Arábia Saudita.

"O fornecimento dos S-300 ao Irã foi concluído", disse uma fonte da indústria armamentista à agência "Interfax".

Assim, a Rússia cumpre sua promessa de entregar quatro divisões de S-300 ("Favorit") à república islâmica antes do fim do ano, um contrato avaliado em alguns bilhões de dólares.

Teerã recebeu a primeira leva dessas baterias em abril, supostamente em navio através do Mar Cáspio, e em agosto posicionou uma delas para defender a usina nuclear de Fordo.

O presidente russo Vladimir Putin insiste que se trata de um armamento defensivo e que seu governo está disposto a oferecê-lo a qualquer outro país do Oriente Médio.

Putin suspendeu em abril de 2015 o veto presidencial ao contrato depois que o Irã e o G5+1 (Rússia, Estados Unidos, França, Reino Unido e China, mais Alemanha) alcançaram um princípio de acordo sobre o controvertido programa nuclear iraniano.

Desde então, os dois países fortaleceram sua cooperação militar e o Irã mostrou interesse em adquirir mais armamento pesado russo, como caças Sukhoi e tanques T-90.

Além disso, Moscou e Teerã estão do mesmo lado no conflito sírio, já que defendem o regime de Bashar al Assad e combatem as organizações jihadistas no terreno.

Os S-300, análogos aos Patriot norte-americanos, permitirão ao Irã fazer frente a uma eventual invasão ou ataque aéreo em massa israelense ou americano com caças da classe Stealth, helicópteros, bombardeiros e mísseis balísticos, segundo especialistas.

Os israelenses temem que essas baterias, que têm um alcance de até 200 quilômetros, permitam ao Irã contar em breve com um escudo antimísseis invulnerável para defender suas infraestruturas vitais diante de um possível ataque vindo do exterior.

O contrato anterior, assinado em 2007, para a venda de 40 baterias com foguetes terra-ar foi suspenso voluntariamente pela Rússia em 2010 após as sanções impostas pela ONU contra a república islâmica.