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Cerca de 6 mil venezuelanos voltaram do Brasil devido à pandemia, informa OEA

2.mai.2020 - De máscara, homem aguarda para receber cesta básica fornecida pelo governo da Venezuela durante a pandemia - Humberto Matheus/NurPhoto via Getty Images
2.mai.2020 - De máscara, homem aguarda para receber cesta básica fornecida pelo governo da Venezuela durante a pandemia Imagem: Humberto Matheus/NurPhoto via Getty Images

De Washington

09/09/2020 23h32

A Organização dos Estados Americanos (OEA) revelou nesta quarta-feira que, segundo números oficiais, cerca de 111 mil venezuelanos retornaram de Brasil e Colômbia ao país natal devido à pandemia de covid-19.

"Até o momento, foram registrados aproximadamente 105 mil retornos da Colômbia e 6 mil do Brasil, segundo números oficiais", afirma o relatório "Situação dos venezuelanos que retornaram e buscam voltar ao país no contexto da covid-19", divulgado em Washington.

O documento analisa a crise migratória venezuelana, com mais de 5,1 milhões de pessoas que abandonaram o país desde 2015, e como a pandemia de covid-19 aumentou as dificuldades enfrentadas nos locais de refúgio como consequências das medidas para evitar a propagação do coronavírus Sars-CoV-2.

"A informalidade econômica é uma das principais características da população migrante e refugiada na região, com uma taxa mais elevada de quem participa e vive na economia informal do que na economia formal", indica o estudo.

A OEA explicou que, como resultado da informalidade econômica, as fontes de renda dessas pessoas "foram substancialmente afetadas, fazendo com que milhares de famílias de migrantes e refugiados venezuelanos fossem despejadas, deixando-as sem um lugar para viver e onde passar o confinamento".

Além disso, muitos "geralmente não têm acesso aos sistemas de saúde" devido à "condição de irregularidade". Sendo assim, milhares de venezuelanos tiveram que retornar ao país natal, e foram assistidos pelos países da região.

Na Colômbia, o documento reporta que em março "foi criado um corredor humanitário para permitir o regresso dos venezuelanos, através do qual passaram 27 mil pessoas", enquanto em abril foram implementadas mais três etapas.

No entanto, a OEA advertiu que "o fechamento intermitente e arbitrário" da fronteira pelo governo do presidente venezuelano, Nicolas Maduro, "agravou a situação de vulnerabilidade das pessoas que esperam para regressar ao país, configurando a sistematização das violações dos seus direitos humanos".

Outra questão é a situação daqueles que permanecem em aeroportos e países diferentes devido à pandemia.

"O panorama está piorando a cada dia para os venezuelanos que estão encalhados, cuja situação é de total incerteza, sem pronunciamentos favoráveis e sem esperança de poder voltar", detalha o relatório.

Neste contexto, a OEA pediu à comunidade internacional que "ajude a tornar visível a situação em que os venezuelanos encalhados se encontram", e que se una para explorar "diferentes vias humanitárias para a proteção dos venezuelanos que tentam exercer o seu direito de regresso ao país".