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Obama e Cameron prometem combater "ideologia venenosa" de radicais islâmicos

Por Steve Holland e Roberta Rampton
Imagem: Por Steve Holland e Roberta Rampton

16/01/2015 20h08

Por Steve Holland e Roberta Rampton

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, prometeram combater a "ideologia venenosa" dos extremistas islâmicos e disseram que as agências de inteligência devem ter permissão para perseguir militantes on-line, apesar das preocupações com a privacidade dos cidadãos.

Obama e Cameron tiveram dois dias de reuniões na Casa Branca em meio a uma crescente preocupação na Europa sobre a ameaça representada por extremistas, após 17 pessoas serem mortas durante ataques em Paris e as autoridades belgas terem se engajado em trocas de tiros com supostos terroristas.

"Enfrentamos uma ideologia venenosa e fanática que quer depravar uma das maiores religiões do mundo, o Islã, e criar conflito, terror e morte. Junto com os nossos aliados, vamos confrontá-la onde quer que apareça", disse Cameron em entrevista coletiva conjunta com Obama após reunião bilateral.

Obama disse que ele e Cameron aceitam a ideia de que as forças de inteligência e militares não são capazes de resolver o problema sozinhas e que trabalhariam juntos na elaboração de "estratégias de combate ao extremismo violento, que radicaliza recrutas e mobiliza pessoas, especialmente jovens, a se engajarem no terrorismo."

A capacidade dos extremistas para se comunicar on-line e disseminar propaganda de recrutamento pela Internet tem sido um desafio para as autoridades.

Obama e Cameron expressaram preocupações com novos produtos de criptografia que podem impedir governos de rastrear extremistas prestes a atacar.

Empresas de tecnologia se alarmaram com as técnicas de vigilância após o ex-prestador de serviço de inteligência norte-americano Edward Snowden ter vazado detalhes secretos sobre como o governo colhe dados de companhias como Google, Yahoo, Microsoft, AT&T e Verizon.

"Não estamos pedindo acesso a comunicações eletrônicas pelas portas dos fundos", disse Cameron. "Acreditamos em acessos diretos muito claros, através de processos legais que possam ajudar a manter nosso país seguro."

Obama disse que a discussão levantada por grupos de defesa dos direitos civis tem sido "útil" para o debate, mas que garantias legais existem para evitar que o governo entre em cenários semelhantes a um "Big Brother".

Ele alegou que o governo dos EUA trabalha junto a empresas de tecnologia para lidar com as preocupações em relação à privacidade, sem que isso impeça as investigações.

"Redes sociais e a Internet são o meio principal pelo qual essas organizações terroristas se comunicam", disse Obama.

Obama e Cameron também concordaram em conduzir exercícios de guerra virtual e em estabelecer uma "célula cibernética" conjunta para se preparar e compartilhar informações sobre invasões maliciosas.