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Brasileiro e mais 8 vão ao pelotão de fuzilamento logo após 0h na Indonésia

Kanupriya Kapoor

Cilacap (Indonésia)

28/04/2015 09h18

Nove condenados por tráficos de drogas na Indonésia, incluindo o brasileiro Rodrigo Gularte, tiveram encontros de despedida emocionados com suas famílias em uma prisão nesta terça-feira (28), depois que o governo indonésio rejeitou apelos de clemência de última hora de várias partes do mundo e ordenou as execuções.

As autoridades indonésias informaram que as execuções ocorrem logo após a meia-noite - 14h de Brasília, em uma clareira em uma floresta nas proximidades.

"Eu não vou vê-lo novamente", disse Raji Sukumaran, a mãe de um australiano que vai ficar diante de um pelotão de fuzilamento, num grupo do qual fazem também outro australiano e prisioneiros da Nigéria, Filipinas e Indonésia.

"Eles vão levá-lo à meia-noite e matá-lo. Estou pedindo ao governo que não o mate. Por favor, não o mate hoje", disse ela a jornalistas, chorando enquanto falava.

Centenas de pessoas começaram a se reunir em cidades em toda a Austrália para vigílias por Myuran Sukumaran e Andrew Chan, segurando cartazes e pedindo que a Austrália dê uma forte resposta ao país vizinho se a Indonésia levar adiante as execuções.

As penas de morte foram condenadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e abalaram os laços da Indonésia com o Brasil e a Austrália.

Gularte deve se tornar o segundo cidadão brasileiro a ser executado na Indonésia este ano, após o fuzilamento de Marco Archer, em janeiro, também condenado por tráfico de drogas.

A prisão de segurança máxima da ilha, situada ao largo da costa de Java, teve reforço na proteção nesta terça-feira. Conselheiros religiosos, médicos e o pelotão de fuzilamento foram alertados para iniciar os preparativos finais para a execução, e uma dúzia de ambulâncias, algumas carregando caixões cobertos de cetim branco, chegaram ao local.

Em meio a cenas caóticas fora da cadeia, um membro de uma das famílias australianas desmaiou e foi levado pela multidão. "Eu hoje vivi algo pelo qual nenhuma outra família deveria ter que passar. Nove famílias dentro de uma prisão dizendo adeus a seus entes queridos", disse o irmão de Chan, Michael. "É uma tortura."

Aos prisioneiros será dada a opção de ficar de pé, ajoelhar-se ou sentar-se diante do pelotão de fuzilamento. Suas mãos e pés serão amarrados.

Doze atiradores vão mirar no coração de cada prisioneiro, mas apenas três armas terão munição de verdade. As autoridades dizem que isso é para que o carrasco não seja identificado.

Autoridades concederam na segunda-feira o último desejo do australiano Chan, que era se casar com sua namorada indonésia na prisão.