Topo

Peru diz que Toledo estaria nos EUA e existe risco de fuga para Israel

Karel Navarro/AP
Imagem: Karel Navarro/AP

Em Lima

10/02/2017 19h20

O governo peruano disse nesta sexta-feira (10) que o ex-presidente Alejandro Toledo, acusado de receber propina da Odebrecht, estaria nos Estados Unidos e que existe um "risco de fuga" para Israel.

Segundo comunicado do Conselho de Ministros, as autoridades de Israel foram alertadas da possibilidade de que Toledo queira ingressar no país, que não tem tratado de extradição com o Peru.

O Peru colocou Toledo em sua lista de criminosos mais procurados nesta sexta-feira, depois que um juiz emitiu um mandado internacional de prisão devido às alegações de que ele recebeu US$ 20 milhões em propinas da Odebrecht.

O Ministério do Interior ofereceu o equivalente a US$ 30 mil dólares por qualquer informação que leve à sua captura e pediu à Interpol para emitir um alerta vermelho rapidamente para ajudar a localizá-lo.

US$ 20 milhões em propina

Segundo o promotor Hamilton Castro, a Odebrecht e Toledo acordaram com o pagamento de US$ 20 milhões em favor do ex-presidente, para favorecer a construtora na licitação da Estrada Interoceânica do Sul, que atravessa o território peruano, a partir da costa do Oceano Pacífico até a fronteira com o Brasil.

Dos US$ 20 milhões em propinas, a Promotoria identificou cerca de US$ 9 milhões pagos entre 2006 e 2010 em contas de empresas "offshore" de Josef Maiman, empresário peruano-israelense que serviu como testa-de-ferro do presidente, disse Castro.

Toledo é a primeira grande figura da política peruana acusada de ter recebido dinheiro da Odebrecht, cujos responsáveis confessaram para a Justiça americana que pagaram US$ 29 milhões funcionários públicos do Peru entre os anos de 2005 e 2014.

Esse período de pagamentos ilícitos compreende os governos de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016). (Com informações da Agência Efe)