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Separatistas catalães chamam apoiadores às ruas para dia de referendo 'pacífico'

16.set.2017 - Aos gritos de "votaremos" e de "independência", mais de 700 dos 948 prefeitos da Catalunha mostraram no último sábado (16), em Barcelona, sua determinação para organizar o referendo de autodeterminação para essa região do nordeste do país - Emilio Morenatti/AP
16.set.2017 - Aos gritos de "votaremos" e de "independência", mais de 700 dos 948 prefeitos da Catalunha mostraram no último sábado (16), em Barcelona, sua determinação para organizar o referendo de autodeterminação para essa região do nordeste do país Imagem: Emilio Morenatti/AP

Sam Edwards

Em Barcelona

28/09/2017 15h54

Separatistas catalães incentivaram seus apoiadores a desafiarem os esforços espanhóis para impedir um referendo de independência marcado para domingo, pedindo um comparecimento pacífico às seções eleitorais que a polícia recebeu ordens para manter fechadas.

Os grupos pró-independência Assembleia Nacional Catalã (ANC) e Omnium disseram nesta quinta-feira que as pessoas deveriam formar filas se virem a polícia barrando as zonas eleitorais, mas há temores de que a frustração com um evento cada vez mais despojado de qualquer impacto político significativo possa se transformar em tumultos nas ruas.

Lidando com uma das maiores crises políticas a abalarem a Espanha desde que a democracia foi restaurada nos anos 1970, após décadas de ditadura, as autoridades de Madri declararam o referendo inconstitucional e instruíram a polícia a impedir a votação.

A rica região do nordeste espanhol está insistindo, e seu líder, Carles Puigdemont, que classificou a reação do governo como antidemocrática, disse uma semana atrás que tem planos de contingência para garantir a realização do plebiscito.

Mas a ANC e a Omnium disseram que a prioridade da Catalunha no domingo deveria ser apresentar uma frente responsável e unida ao mundo, mesmo que isso signifique formar longas filas sem poder votar.

"Resistência pacífica, violência zero...se você não puder acessar as zonas eleitorais, de forma alguma deve responder com violência", disse a ANC em um documento interno distribuído aos seus membros.

"Acima de tudo, tenham em mente que isto não é uma manifestação, mas uma fila gigante. A imagem de milhões de pessoas enfileiradas com uma cédula nas mãos impressionará mais".